Da maior pressão que sente Amorim ao comprimido para dormir de Vítor Bruno
Sporting e FC Porto discutem este sábado em Aveiro (20.15, RTP1) o primeiro troféu oficial da época, a Supertaça Cândido de Oliveira, que coloca frente a frente o vencedor do campeonato ao da Taça de Portugal. Será o primeiro teste de fogo de Vítor Bruno como treinador principal dos dragões (rendeu Sérgio Conceição, que esteve sete épocas no comando da equipa), enquanto do outro lado Rúben Amorim vai tentar vencer pela segunda vez e manter o emblema de Alvalade invicto sempre que disputou Supertaças contra os portistas.
É um dado curioso em torno deste troféu. O FC Porto é de longe o clube com mais títulos nesta prova, num total de 23, contra nove do Sporting e do Benfica. Mas nas quatro vezes que os portistas defrontaram os leões (1995, 2000, 2007 e 2008), saíram sempre derrotados.
Há ainda outro dado estatístico relevante. Em caso de vitória, o FC Porto conquista o 86.º troféu futebolístico do seu historial e ultrapassa o Benfica no ranking de sempre das equipas portuguesas com mais taças, contando com competições nacionais e internacionais (atualmente estão empatados). Já o Sporting ainda segue distante nesta lista, com 55.
Rúben Amorim considerou esta sexta-feira, no lançamento do jogo, que a pressão neste jogo é maior para o treinador do Sporting. E justificou porquê: “Não posso falar pelo Vítor Bruno, mas sinto-me muito mais pressionado agora. Era algo que eu não entendia. Estamos nos Jogos Olímpicos, e vi gente que já ganhou muitas medalhas a dizer que a pressão é cada vez maior, e eu consigo perceber. Poderá ser a inconsciência de quando cheguei, mas sinto-me muito pressionado agora, que é muito mais importante para nós do que para o FC Porto, porque estamos num patamar diferente ao que começámos. Temos uma estabilidade diferente. O FC Porto é que viveu um momento de instabilidade. A responsabilidade está mais do nosso lado.”
Amorim referiu anda que na preparação do jogo, em vez tentar de adivinhar “o onze que o FC Porto vai apresentar”, focou-se mais “no sistema de jogo e nas rotinas, que é o mais importante”. “Jogue quem jogar do lado do FC Porto, serão grandes jogadores e uma grande equipa. Estamos preparados para qualquer eventualidade”, concluiu.
Já Vitor Bruno comentou os elogios de que foi alvo da parte de Amorim, brincando até com os comentários do técnico leonino. “Foi o lado mais generoso do Rúben, tentando dar-me um comprimido para adormecer e ficar quase bêbedo. Percebo o que ele disse. Há nuances que podem ser de mais difícil acesso, apesar do escrutínio, mas ele, como nós, antecipou cenários que poderá encontrar, nuances mais presentes agora num passado mais recente nesta época. Ele e a equipa técnica fizeram o estudo e sabem o que vão encontrar. Não há grandes segredos hoje em dia- O Rúben tem algumas limitações, ouvi dizer que o FC Porto mantém o onze, mas perdemos Pepe e Taremi. Eu e o Rúben estamos em pé de igualdade.”
O treinador portista, contudo, recusou entrar em comparações com o passado e traçar diferenças entre o seu trabalho e o de Sérgio Conceição. “Não quero fugir a nada, mas temos de atribuir menor importância ao traço comparativo e perceber o que estará em jogo. Será uma equipa com traços que podem vir de trás, com traços novos, com nuances diferentes. Sem nunca entrar nesse lado comparativo que não traz nada de benéfico”, atirou.
O FC Porto, entretanto, está em negociações com a Udinese pelo central argentino Nehuen Pérez, de 24 anos, jogador que em 2019 chegou a alinhar no Famalicão, na altura por empréstimo do Atlético Madrid. Pérez, que já representou em duas ocasiões a seleção argentina, já informou os responsáveis do emblema italiano que pretende mudar-se para o Dragão.