Design, tecnologia e mulheres fazem sucesso de Parker e Nike

Introvertido, mas genial. É assim que é visto Mark Parker, atual CEO da Nike. Mas quem também fala dele assim é Philip H. Knight, 77 anos, o histórico fundador da marca desportiva, em 1964, aos 26 anos.
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O antigo CEO e ainda dono de 20% da Nike fala de Parker com orgulho. De tal modo que quer que ele seja seu sucessor na presidência da empresa quando se reformar, em 2016. Tudo porque este “eterno jovem” líder da Nike, com 60 anos, é o principal responsável pelos bons resultados desta que é uma das marcas mais valiosas do mundo.

Aliás, é justamente este designer de formação - entrou neste departamento da Nike em 1979, escolhido por Philip H. Knight - que promete elevar as receitas da empresa dos atuais 20 mil milhões de dólares para 50 mil milhões (46,8 mil milhões de euros), em 2020. A previsão aponta para um crescimento da receita total anual de 10,3%, depois de as vendas evoluirem10,1% no ano fiscal até 31 de março, contra 9,8% no homólogo.

E a estratégia está definida há muito e a ser seguida à risca com êxito desde que Mark Parker começou a liderar a Nike em 2006. Desde então, a empresa virou-se para o aperfeiçoamento da tecnologia e do design dos seus produtos, seguindo a filosofia “se tens corpo, és atleta”, independentemente de quem compra Nike.

Isso mesmo confirma Parker, que diz: “Lideramos porque servimos o atleta e o consumidor completamente - através de produtos e experiências pessoais inovadoras em todo o mundo.” Já quando fala das previsões para 2020, Mark Parker diz que a Nike está a “acelerar o ritmo de inovação em todas as áreas do negócio para entregar o melhor aos atletas em todos os lugares - quando e onde quiserem”.

Mas há um target que lhe merece especial atenção: as mulheres. Sobre elas, o CEO da Nike disse recentemente ao canal de TV Bloomberg: “Não consideramos que se trate de uma tendência fitness para as mulheres, ou seja, algo de curto prazo, como uma tendência de moda -, mas uma mudança de estilo de vida.” Aquilo que muitos já chamam de athleisure - união das palavras athletic (atlético) e leisure (lazer) - e define um estilo de vida que leva o desporto para fora dos ginásios.

“As roupas desportivas chegaram para ficar durante muitos anos”, reforça o CEO da Nike, que anuncia metas ambiciosas: a receita da divisão feminina irá duplicar dentro de cinco anos, para 11 mil milhões de dólares, enquanto as vendas online irão multiplicar-se por sete, para sete mil milhões de dólares. Para alcançar este objetivo, a Nike venderá mais roupa e calçado relacionado com o basquete, através da marca Jordan, que até agora estava voltada para o público masculino. E prevê abrir mil novas lojas dirigidas ao público feminino em cinco anos.

Em relação à inovação e ao design, a Nike estabeleceu uma parceria com os estúdios DreamWorks, e a sua recém-criada plataforma de visualização Nova irá permitir desenhar em tempo recorde os produtos em três dimensões. Uma outra parceria, com a Flex, fabricante com experiência em design, medicina, engenharia, fabrico e gestão, apresenta soluções que permitirão oferecer calçado com mais opções de personalização.

A Nike está a crescer desde a crise internacional, tendo conquistado mercado à Adidas, sobretudo no futebol, além de ter aumentado a presença na China. No fim disto tudo, desde que Mark Parker assumiu a liderança da Nike, as ações da empresa valorizaram cerca de 500%. Prova ganha, até agora.

Nike cria para Cristiano Ronaldo

É uma das estrelas maiores da Nike. Para homenagear as três bolas de ouro e os cerca de 500 golos marcados, a Nike lançou a série de sete botas Mercurial Superfly CR7. É um dos mais intrincados projetos que a Nike já produziu. Fê-lo em colaboração com os seus artesãos especializados em Montebelluna, Itália, resultando numas botas com seis cores vibrantes, inspiradas nas terras da Madeira, com atenção à exigência de alto rendimento do atleta.

Ao design apelativo do produto, a Nike junta tecnologia que se traduz em peças fashion e confortáveis. Eis os principais momentos da equação.

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