“O mundo está um bocadinho caótico e isso influencia a minha forma de pensar e de me exprimir”, quem diz é Paulo Zé Pimenta, mais conhecido como PZ. Em fevereiro lançou o seu 7º álbum O Fim do Mundo em Cuecas e esta sexta-feira tem um concerto no Lux, em Lisboa, para apresentar o seu trabalho..Ao DN explica que o nome do disco vem do clima de “fim do mundo” que se vive e, ao mesmo tempo, como uma forma de relembrar que há “sempre uma luz ao fundo do túnel e maneiras de lidar com isso”..O novo disco, com 20 músicas, começou a ser trabalhado durante a pandemia do covid-19, explica o autor. “Decidi dar um bocadinho mais de mim do que nos outros álbuns e explorar vias alternativas, sendo que a base é aquilo que gosto [eletrónica] e com que me identifico e que me ajuda a personificar esta personagem, o PZ, que sou eu”, explica sublinhando o uso de ironia e sarcasmo para sobreviver à proximidade deste “fim do mundo”..Misturas e influências.Capa do álbum O Fim do Mundo em Cuecas.Um exemplo dessas vias alternativas é o single lançado antes do disco, Indo Eu, que mistura canto tradicional e a guitarra portuguesa tocada por Miguel Amaral. “Fomos para o estúdio e gravamos vários takes da guitarra portuguesa que editei, e foi um desafio extra”..Já a última música no alinhamento do novo álbum, Fim, é uma espécie de faixa bónus, é a primeira com uma colaboração externa feita num álbum de PZ. “Decidi abrir-me um bocadinho mais e não ser tão egoísta no meu processo criativo, incluindo mais gente. A certa altura já estava quase a desistir dessa ideia, mas ao ouvir o álbum, achei que estava a precisar de uma cereja em cima do bolo”..Ao longo desta música, podem ouvir-se 20 artistas portugueses e angolanos, entre os quais Capicua, Conan Osiris e Os Azeitonas, que simplesmente dizem o seu nome. Muitos dos artistas incluídos influenciaram a carreira de PZ desde o início, admite. PZ vê esta música como a abertura de portas para uma futura participação em projetos com outros artistas.“Esta colaboração foi uma brincadeira séria, mas é um bocado isso que eu também gosto de fazer na minha música, é brincar a sério”, acrescenta..O concerto no Lux.PZ atua esta sexta-feira, 15 de março em Lisboa, no Lux, acompanhado pela banda Pijama.Durante o concerto desta sexta-feira haverá algumas surpresas, entre as quais a presença do novo alter ego do artista, que foi desvendado no novo disco na música Un Montadito de Mierda. O tema é uma sátira aos reggaetons que surgem no verão, ao qual PZ juntou música techno. “Quando estava a pensar como é que poderia levar isto ao vivo, lembrei-me que no videoclipe da música vou estar num pijama de cetim preto e com os óculos escuros, Como se fosse uma nova personagem, um PZ diferente”, explicou o artista..Sobre o futuro, PZ revela que já tem ideias para um novo álbum e um novo outro alter ego que quer apresentar ao público. “Para já estou a dedicar-me a este O Fim Mundo em Cuecas, que na minha modesta opinião é o melhor álbum que fiz”, concluiu..PZ apresenta o seu O Fim do Mundo em Cuecas esta sexta-feira, dia 15 de março, às 22.30 no Lux, em Lisboa.