Pressão arterial elevada causa insuficiência cardíaca Alentejanos são os que mais sofrem

Pressão arterial elevada causa insuficiência cardíaca Alentejanos são os que mais sofrem

A campanha “Pela Saúde de Portugal” vai estar em Évora, este sábado, com uma nova ação de rastreio da pressão arterial junto da população. Os níveis medidos ajudam a detetar vários fatores de risco para a saúde como a insuficiência cardíaca que no Alentejo é superior à média nacional.
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Entre as 9 e as 17 horas será possível medir gratuitamente e com apoio de profissionais de saúde, a pressão arterial e examinar o perfil lipídico para determinar níveis de colesterol. A ação insere-se no âmbito da Missão 70/26 - Pelo controlo e proteção dos doentes hipertensos em 70% até 2026 da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) e da farmacêutica Servier Portugal.

A iniciativa pretende sensibilizar e ajudar a controlar a hipertensão arterial da população nas diferentes zonas do país. Depois de seis cidades a Norte e Centro, chegou a vez da unidade móvel visitar o Alentejo e o centro histórico de Évora em particular.

A hipertensão arterial afeta um em cada três adultos em todo o mundo. Em 2019, mais de 100 mil portugueses morreram com esta condição. De acordo com a Presidente da SPH, Rosa de Pinho, o controlo da hipertensão em Portugal é reduzido devendo ser, pelo menos, o dobro, o que enfatiza a importância de alertar para a doença e de incentivar o controlo através da política de rastreios.

A região com a pior taxa de insuficiência cardíaca

Entre as várias complicações de saúde provocadas pela pressão arterial elevada está a insuficiência cardíaca. O Alentejo é a região do país com maior prevalência desta doença (29,2%) com o dobro da taxa registada, por exemplo, no Norte (12,9%). “O Alentejo está mais isolado em termos de cuidados de saúde e a ausência de diagnóstico atempado aumenta os fatores de risco”, explica a médica Francisca Abecasis evocando as complicações de saúde como hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, enfarte agudo do miocárdio, AVC, entre outras.

Sobre as ações de rastreio que se têm repetido em várias cidades, a especialista em Medicina Interna do Hospital Garcia de Orta e Secretária Adjunta da SPH afirma que é um incentivo à prevenção. “É importante levarmos os cuidados de saúde o mais próximo possível das pessoas e estes rastreios não servindo como diagnóstico são, muitas vezes, momentos em que a população que não tem acesso aos cuidados de saúde, pode ter contacto com um profissional”. Para Francisca Abecasis, além do trabalho desenvolvido em meio hospitalar, a proximidade dos médicos e enfermeiros em iniciativas como a que vai acontecer em Évora são particularmente importantes porque permitem “tirar dúvidas e fazer alguns apelos, nomeadamente sobre os hábitos de vida saudáveis para evitar a hipertensão”. Sobre a doença, a médica refere ser uma das mais prevalentes em Portugal afetando mais de 40% da população adulta. “Muitas vezes é silenciosa e, portanto, na maioria das pessoas é uma doença totalmente assintomática. Infelizmente, muitas vezes, apenas se manifesta quando já está associada a outras doenças e doenças graves do foro cardiovascular”. A esta explicação, a profissional de saúde acrescenta em forma de convite a importância de participar na campanha de rastreio. “É uma simples medição da pressão arterial. É uma técnica não invasiva e, portanto, recomenda-se que seja feita regularmente a todas as pessoas com mais de 40 anos”.

A campanha “Pela Saúde de Portugal” está a passar por várias capitais de distrito em Portugal. O rastreio da hipertensão e da dislipidemia são simples, gratuitos e acessíveis a todos. São uma oportunidade para esclarecer questões e ficar a conhecer melhor a sua própria saúde.

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