CEO da Binance: "Confiamos no Elon Musk para gerir o Twitter"

Líder da plataforma de compra e venda de criptomoedas entrou com 500 milhões de dólares no negócio. Changpeng Zhao garantiu, esta tarde na Web Summit, que principal objetivo do investimento é preservar a liberdade de expressão.
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No primeiro dia de Web Summit, o fundador e CEO da Binance foi um dos convidados da sessão inaugural da cimeira tecnológica, onde aproveitou para esclarecer os motivos para ter participado, com Elon Musk, na aquisição do Twitter. "Queríamos suportar o discurso livre. O Twitter sempre foi uma comunidade que dá voz aos utilizadores", assegurou em resposta às questões colocadas por Katie Prescott, editora do The Times.

Na semana passada, a conclusão do negócio de compra do Twitter por Musk surpreendeu o mundo depois de meses de avanços e recuos. A Binance integrou o consórcio para a aquisição, tendo contribuído com cerca de 500 milhões de dólares, e Zhao diz que acredita na visão do fundador da Tesla para aquela que é uma das principais redes sociais. "Confiamos no Elon para gerir o Twitter", sublinhou, garantindo que "é uma plataforma muito importante" e que o objetivo deste investimento é preservar a liberdade.

Nos últimos dias, o Twitter anunciou que passará a cobrar 20 dólares mensais pela verificação das contas na plataforma - assinaladas com um símbolo que indica a sua confiabilidade. Zhao diz que apoia as decisões de Elon Musk e não se mostra preocupado com a rentabilidade do negócio a curto-prazo. "Queremos é saber do potencial a longo-prazo da plataforma. Estamos muito confiantes de que o Twitter será uma plataforma muito mais forte daqui a 10 ou 20 anos", perspetivou.

Ainda durante a conversa com Lisa Jackson, Zhao falou sobre o "crash" do mercado de criptomoedas no primeiro semestre do ano e sobre a queda no valor dos ativos que se tem verificado desde abril. "A cripto é, talvez, o único ativo estável neste momento de incerteza", respondeu, lembrando o histórico da Bitcoin desde 2014 e sublinhando que, apesar dos vários crashes, o preço tem vem vindo a aumentar.

"O valor foi subindo. Há volatilidades nos investimentos, o que precisamos é de educar os investidores para essa realidade", considerou Zhao. Questionado sobre uma eventual perda de confiança dos investidores neste mercado, o fundador de uma das principais plataformas de compra e venda de cripto ativos acredita que, pelo contrário, são cada vez mais os utilizadores que procuram investir. "Vemos um crescimento constante dos utilizadores nos últimos anos. Esta indústria cresceu imenso", reforçou.

Sobre as diferentes abordagens à regulação do mercado, Changpeng Zhao olha para países como o Dubai, França, Itália ou Espanha como "muito bons" e considera que, de uma forma geral, tem sido feito "trabalho positivo" em vários cantos do mundo. "A boa regulação é positiva, a má regulação é negativa. Há cerca de 200 países no mundo, alguns são muito restritivos e outros menos", acrescentou.

Numa conversa intimista Lisa Jackson, VP Environmental Iniciatives na Apple, falou da sua experiência como ambientalista e como alguém que nasceu e viveu (durante muito tempo) em Nova Orleões, EUA, e que viu a sua cidade natal destruída por um fenómeno climatérico: o furacão Katrina. "Durante muito tempo rejeitei o termo ambientalista", revelou, acrescentando que, agora, abraçou o termo porque é "uma pessoa que sempre lutou por um mundo com ar limpo".

A executiva relembrou as várias metas anunciadas pela Apple, desde o funcionamento a 100% com base em energia verde, até terem em 2020 anunciado que eram neutros em carbono como empresa. A próxima meta, revelou, é a de, em 2030, serem neutros em todo o processo. Mas mesmo assim, na opinião de Lisa Jackson, isso não chega. Há que ir mais longe. Porque, no que concerne às alterações climáticas "ainda há muito por fazer".

E deu o exemplo da Índia, em que as mulheres são as responsáveis por encontrar energia e comida. "E se a essas mulheres fosse ensinado como serem entrepreneurs no negócio da energia solar?". Por outro lado, na opinião de Lisa Jackson, precisamos de encorajar a reflorestação. Seja na Índia, Colômbia... "a floresta precisa de ser preservada para capturar carbono".

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