Carlos Tavares volta atrás e confirma reunião com Berardo no caso Jardim Gonçalves

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O caso remonta a 2007, altura em que o empresário madeirense, Joe Berardo, entregou à PGR, ao Banco de Portugal, à CMVM ao ministro das Finanças documentos sobre situações que considerou de irregulares no BCP, envolvendo off-shores e pessoas individuais.

"As coisas que foram entregues são as mesmas que levei à CMVM e ao Banco de Portugal", disse Berardo na altura à saída da audiência com Pinto Monteiro.

No entanto, a 12 de junho deste ano, o presidente da CMVM, Carlos Tavares, afirmou em tribunal não ter recebido o empresário madeirense nos escritórios do regulador.

Este facto levou a defesa de Jardim Gonçalves, ex-presidente do BCP, a entregar um requerimento para que Joe Berardo esclareça em Tribunal os motivos da sua ida a CMVM em Dezembro de 2007.

Carlos Tavares viria, contudo, a mudar este depoimento dois dias depois. Numa carta enviada ao tribunal de pequena instância criminal de Lisboa, a que o Dinheiro Vivo teve acesso, o presidente da CMVM afirma que "só hoje, primeiro dia útil seguinte à prestação do meu depoimento, tive oportunidade de consultar o arquivo informático da minha agenda desse ano [2007], tendo verificado que nela está anotada uma reunião com o senhor comendador Berardo, em 5 de dezembro de 2007".

O presidente da CMVM alega, no mesmo documento, não ter "memória do conteúdo da reunião e continuo convicto de não me terem sido entregues documentos relativos ao caso em apreço".

Após a entrada desta carta no processo, a defesa de Jardim Gonçalves voltou a reforçar o pedido de comparência de Berardo no tribunal. O requerimento está a ser avaliado pela juíza e caso aceite o pedido da defesa, o empresário madeirense será chamado a tribunal em data a anunciar.

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