Bancos privados dão mais crédito às PME portuguesas que a Caixa

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É a principal linha de financiamento às pequenas e médias empresas (PME) e é liderada pela banca privada. A PME Crescimento - uma linha de crédito especial resultante do protocolo entre a banca, a PME Investimentos (entidade gestora), o IAPMEI e a Sociedades de Garantia Mútua -tem em três bancos privados os seus maiores financiadores às PME: Santander Totta, BES e BPI.

A Caixa Geral de Depósitos não está no topo desta lista, apesar de ser uma instituição financeira de capitais públicos.De acordo com os dados a que o DN/Dinheiro Vivo teve acesso, referentes até 7 de setembro deste ano, no conjunto estas três instituições financeiras privadas já concederam mais de mil milhões de euros de crédito através desta linha, representando 42% do total dos 2500 milhões de euros que constituem o envelope PME Crescimento. A Caixa Geral de Depósitos (CGD) aparece na 4.ª posição, com cerca de 263 milhões de euros de empréstimos concedidos.

Numa linha de crédito lançada pelo Governo seria expectável que o banco do Estado ocupasse a primeira posição, mas isso não se verifica em nenhum dos rankings- geral, exportadoras ou sequer nas micro e pequenas empresas. Questionado pelo DN/Dinheiro Vivo sobre a razão para o banco público ocupar apenas a quarta posição, fonte oficial da Caixa Geral de Depósitos adianta: "É uma linha que ainda não está fechada e sentimos uma pequena contração na procura." A mesma fonte acrescenta que a participação na linha anterior, a PME Invest, "foi de 19,2% no total e de 36% para a componente exportação, pelo que ainda é cedo para um balanço final".

No verão, a Caixa lançou um plano de apoio à capitalização das empresas nacionais no montante de 1,5 mil milhões de euros. No entanto, ao contrário da PME Crescimento, esse plano destina--se exclusivamente a capitalizar as PME, outro dos problemas do sector privado.

Os números mostram que, apesar da importância da CGD neste programa, no que respeita ao crédito, é um banco espanhol - o Santander Totta - que mais crédito concedeu (431 milhões de euros), liderando também em número de operações (2439). Fonte oficial do Santander explicou que a importância desta linha deve-se ao facto de, no atual contexto económico, as empresas terem problemas de tesouraria que "dificultam muito o acesso ao crédito". Neste cenário, "o acesso a uma linha completamente desburocratizada, com garantias das Sociedades Garantia Mútua (SGM), financiadas pelo Estado e taxas de juro tipificadas, vem facilitar a vida às PME portuguesas".

Além do Santander, também o banco liderado por Fernando Ulrich revelou estar disponível para atribuir mais financiamento através desta linha. "O BPI continua a promover ativamente a utilização destas linhas de crédito como um dos eixos principais de apoio às empresas", adiantou fonte oficial. A linha PME Crescimento tem um montante global de 2500 milhões de euros: 500 milhões destinam-se a operações com micro e pequenas empresas e 1000 milhões para exportadoras. No início de setembro, 14 882 operações já tinham sido aprovadas, correspondendo a cerca de 1893 milhões de euros de crédito para concessão a empresas com dificuldade de acesso a crédito. Do total de operações aprovadas, 9556 destinam-se às micro e pequenas empresas, correspondendo a287 milhões de euros de crédito.

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