Assis Ferreira: "Só não há impostos sobre o ar e prémios de jogo"
Os casinos do grupo Estoril Sol - Casino Estoril, Casino de Lisboa e Casino da Póvoa - terão terminado o ano com uma quebra de receitas. "Tal como tinha acontecido no primeiro semestre, em que verificou uma queda das receitas, o segundo semestre manteve a tendência", adiantou Mário Assis Ferreira, presidente da Estoril Sol.
Assis Ferreira refere que "o índice de quedas reduziu-se ligeiramente, sobretudo, nos últimos seis meses de 2011. No Casino de Lisboa e Estoril o índice de queda foi de cerca de 5%, enquanto que na Póvoa foi de 10%".
Ainda assim, o presidente da Estoril Sol acrescentou que "as médias de queda dos casinos do grupo foram inferiores às dos restantes casinos".
"A conjuntura económica mas, sobretudo, a concorrência ilegal e improdutiva dos jogos online são os grandes motivos das quebras de receitas dos casinos", adiantou o presidente da Estoril Sol.
Para 2012, Mário Assis Ferreira, embora tenha consciência das dificuldades económicas mantém uma perspectiva de esperança. "Tudo indicaria e apontaria, perante as medidas de austeridade, para a manutenção de uma queda. Mas, muitas vezes, há atitudes em contra-ciclo. Veja-se o exemplo dos jogos sociais, como a raspadinha e o euromilhões que registaram aumentos significativos mesmo depois do anúncio das medidas de austeridade".
Além disso, adianta "há sempre nestas alturas de crise, um espírito um pouco de que numa noite de sorte muitos dos seus problemas podem mudar". Isto porque, "só há apenas duas coisas em Portugal que não são tributadas: o oxigénio e os prémios de jogo".
Os prémios de jogos dos Casinos estão isentos de imposto, "sendo todos suportados pelas concessionárias. Pagamos um imposto de 62% sobre as receitas brutas". Por essa razão, Mário Assis Ferreira explica que "uma queda de 5% das receitas de um casino corresponde quase a uma quebra de 40% num sector tradicional".
O presidente do grupo que gere os Casinos Estoril, de Lisboa e da Póvoa, aponta ainda o dedo aos governos que, até agora, "nada fizeram para combater o jogo online ilegal que não dá nem um cêntimo ao Estado e ainda retira receitas ao Casinos que representam uma fatia importante do turismo em Portugal".