5 factos sobre os AC/DC que sabe e já não se lembra
A banda australiana está de regresso a Portugal, com um concerto marcado para o dia 7 de maio no Passeio Marítimo de Algés. O grupo liderado por Angus Young conta já com 42 anos de carreira e mais de 200 milhões de discos em todo o mundo. Números que fazem dos AC/DC um dos maiores nomes do rock e da cultura popular, com um legado muito para além da música.
O uniforme de Angus Young
É uma das imagens de marca da banda, o uniforme escolar do guitarrista Angus Young, o único membro fundador da banda, atualmente com 60 anos, que se mantém na atual formação. Segundo o próprio contou, a ideia de tocar com a farda do colégio foi da sua irmã mais velha, Margaret, que se lembrava de ver o mano mais novo chegar a casa das aulas e começar logo a tocar guitarra, sem mudar de roupa. E quando a banda começou, foi ela quem sugeriu ao irmão começar a aparecer assim em palco e ele assim o fez, apesar de antes ainda ter tocado vestido de Zorro, Homem-Aranha ou Super-Homem. E o que começou como uma brincadeira entre irmãos, acabaria mesmo por se tornar numa das imagens de marca da banda, ao ponto da primeira editora dos AC/DC ter falsificado a data de nascimento do guitarrista, para o público acreditar que ainda andava na escola quando a banda se formou.
O vocalista esquecido
Ao contrário do que muitos fãs acreditam, o primeiro vocalista dos AC/DC não foi o Bon Scott. Antes dele, o vocalista era Dave Evans, que apenas gravou um single com a banda - Rockin" in the Parlour/Can I Sit Next to You Girl. Não satisfeitos com a sua prestação, a banda recrutou então o mítico Bon Scott, que antes atuara nas bandas The Spektors, The Valentines e Fraternity. Consta que numa ocasião, em 1971, terá dividido o palco com George Young, irmão mais velho de Angus e Malcolm, à época guitarrista da The Marcus Rook Roll Band e terá sido ele a indicar o seu nome à banda. Com Bon nas vozes, a banda gravou sete álbuns, o último dos quais seria Highway to Hell, o primeiro a chegar ao top 20 norte-americano, em 1979. O cantor já não assistiria à consagração internacional da banda, pois no dia 19 de fevereiro de 1980 viria a morrer em Londres, alegadamente por ingestão abusiva de álcool, após uma noitada com amigos. A sua última aparição pública seria na televisão espanhola, 10 dias antes da sua morte, no programa Aplauso, onde a banda tocou três músicas. Para o seu lugar entrou o inglês Brian Johnson, um dos vocalistas preferidos do falecido Bon. É já com a sua voz que, nesse mesmo ano, é gravado o álbum Back in Black, o segundo mais bem-sucedido da história da música popular, com mais de 50 milhões de cópias vendidas, apenas atrás de Thriller, de Michael Jakson.
A boina de Brian Johnson
A par do uniforme escolar de Angus Young, a boina do vocalista Brian Johnson é outra das imagens de marca da banda em palco. Natural de Gateshead, perto da cidade de Newcastle, no norte de Inglaterra, o adereço é muitas vezes apontado como uma referência à tradição operária da região, mas terá sido o irmão a aconselhá-lo a usar um boné em palco, de modo a que, com a transpiração, o seu cabelo encaracolado não lhe tapasse os olhos. Certo é que o hábito de usar uma boina já vinha de trás, ainda antes de ingressar nos AC/DC, como o próprio recordou em 2011, ao antigo site Popeater, quando disse que passou a usar boina depois de sair da banda de glam-rock Geordie, para ir trabalhar numa estação de serviço e assim não ser reconhecido pelos fãs...
Concertos com travesti
A primeira grande apresentação ao vivo dos AC/DC, ainda com Dave Evans como vocalista foi em agosto de 1974, quando a banda foi a escolhida para fazer a primeira parte dos oito concertos de Lou Reed na Austrália. Ainda nesse mesmo verão, a banda fez uma série de concertos no Beethoven"s Disco, um bar na cidade Perth, onde atuaram durante seis semanas, como banda de abertura de Carlotta, uma performer transformista muito famosa na altura. Mesmo depois da entrada de Bon Scott, a banda continuo durante algum tempo a atuar nas noites gay do Hard Rock Café de Melbourne - que nada tem a ver com a famosa cadeia norte-americana.
Banda dá nome a duas ruas
Entre as muitas distinções recebidas pela banda ao longo de mais de quatro décadas de carreira, entre as quais o ingresso no Rock and Roll Hall of Fame, em 2003, destacam--se as duas ruas que levam o seu nome. A primeira surgiu na cidade espanhola de Leganés, perto de Madrid, onde a "Calle de AC/DC" se tornou local de romaria para os fãs. A inauguração da mesma, a 22 de março de 2000, contou com a presença dos irmãos Malcolm e Angus Young, mas a placa seria roubada apenas duas horas depois, obrigando o município local a substitui-la por outra, também arrancada da parede dois dias depois. Os roubos suceder-se-iam e a solução encontrada foi passar a vender réplicas da placa nas lojas da cidade. Quatro anos mais tarde, a 1 de outubro de 2004, foi a cidade australiana de Melbourne que também homenageou os conterrâneos, rebatizando a antiga Corporation Lane, uma estreita viela onde a banda gravou, em 1975, o vídeo de It"s a Long Way to the Top como AC/DC Lane.