Zuckerberg, o rapaz que inventou o facebook e mudou o mundo

O filme <em>A Rede Social</em>, que estreia em Portugal na próxima quinta-feira, dá uma visão polémica do facebook, um fenómeno de atracção que só no nosso país tem mais de 2,7 milhões de utilizadores registados, isto é, um em cada quatro portugueses está ligado à rede.<br />
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O facebook é a rede social mais conhecida e utilizada em todo o mundo e pode destronar a líder na publicidade online Google. Em Portugal, existem mais de 2,7 milhões de utilizadores registados, o equivalente a mais de metade dos utilizadores online (54%) e a 26% da população total. O crescimento tem sido exponencial mas a proporção por sexo é semelhante: as mulheres lideram, com 1,38 milhões de utilizadoras, quase mais 11 mil do que homens. Por faixa etária, 30% têm entre 25 e 34 anos, seguindo-se com 24% os jovens entre 18 e 24 anos e, com 18%, dos 35 aos 44 anos.

Os Estados Unidos, com mais de 142 milhões de utilizadores registados, Indonésia (quase 30 milhões), Reino Unido (28 milhões), Turquia (23 milhões) e França, com 19 milhões, são os principais países deste planeta virtual, contabilizados no Facebakers.com, da empresa de marketing Candytech. Na lista dos dez primeiros seguem-se as Filipinas, Itália, Canadá, México e Índia. Mesmo o Vaticano, nos últimos lugares da tabela, conta com 860 registos no facebook.

Esta é a parte mais visível dos mais de quinhentos milhões de utilizadores registados no facebook. Registado significa que pode ter aderido àquela rede social mas depois desistido - apesar de a conta se manter activa, ou que uma mesma pessoa abriu várias contas, ou que é um utilizador regular. Qual o significado destes números para o facebook? Mais números: a empresa deve este ano conseguir facturar mais de mil milhões de euros em publicidade - uma média de dois euros por utilizador ou o dobro porque apenas 50% dos utilizadores acedem pelo menos uma vez por dia, salienta o Monday Notes.

Este blogue tentou calcular a importância económica do facebook e acredita que este atribui «o mais alto valor possível a duas coisas»: os dados do utilizador e as ligações entre eles.
Nem todas as pessoas têm a mesma importância para o facebook. Alguém registado num país como Portugal tem mais valor se estiver ligado a outros utilizadores de fora, nomeadamente em mercados com muita publicidade no facebook.

Num novo mercado, «a participação na rede social arranca quando o número de ligações para o estrangeiro ultrapassa as ligações domésticas», refere Justin Smith, do Inside facebook. Um português que comunica com estrangeiros, viaja e tem poder de compra significativo «tem uma séria influência no consumo da sua rede».

O facebook sabe disso e os anunciantes também, pelo que se delinearam três grandes estratégias, refere Frederic Colas, da agência de publicidade interactiva FullSix Group.
Primeiro, o número de fãs de uma marca numa página do facebook incrementa directamente a ligação a essa marca. Depois, surgem funções como Like («Gosto») ou as recomendações personalizadas e vistas pela média de 130 «amigos» que cada pessoa tem no facebook. Neste caso, a rede social revela-se um «indicador» de consumo online, como detectaram Jukka-Pekka Onnela e Felix Reed-Tsochas, da universidade inglesa de Oxford. Numa análise à instalação de cem milhões de 2702 aplicações do facebook, entre Junho e Agosto de 2007, notaram o interesse genuíno em instalar software sem influência dos «amigos». No entanto, acima de um certo patamar, existe uma «elevada correlação» e efeitos de «contágio social» para o fazer. Por último, segundo Colas, é a capacidade de definir alvos (targets), com parâmetros como segmentação por idade, sexo, localização e interesses.

Exemplo deste tipo de campanhas é a facilidade de encontrar «mulheres acima dos 40 anos que trabalhem para a IBM, na parte norte do estado de Nova Iorque, e se lhes entrega um anúncio todas as sextas-feiras entre as 18 e as 22 horas», exemplifica o Monday Notes. A aparentemente simples capacidade de entregar anúncios publicitários neste modelo é responsável por «metade do lucro comercial do facebook», assegura aquele blogue, onde Colas salienta que «as empresas de comunicação social ainda não perceberam o potencial» destas estratégias. Isto quando são das «marcas» mais vistas no facebook (55%, segundo a agência DDB, com maior geração de tráfego para os sites de jornais e à frente da Google), seguidas pelas causas (51%), bens de luxo (46%) e 32% do desporto.

Os números têm de ser lidos com alguma atenção, até porque o fascínio pelas redes sociais pode estar ainda a afirmar-se. Nos Estados Unidos, na análise Social Technographics aos comportamentos sociais dos utilizadores online feitos pela empresa de análises de mercado Forrester Research, o número de acessos à internet diminuiu pela primeira vez. Segundo dados de Outubro, a redução foi quase insignificante (de 82% para 81%) mas pode antecipar uma estagnação deste mercado. No entanto, e ao contrário de outros «comportamentos sociais» online, a adesão às redes sociais foi a única que cresceu, de 51% para 59% - aproximando-se agora da percentagem dos leitores de blogues ou dos que vêem vídeo na web.

Uma leitura possível é a de que os utilizadores deixam de ir a esses sites para se focarem nas recomendações das suas relações no facebook.

São boas notícias para a empresa e para os anunciantes. O facebook «é para nós o equivalente ao que a televisão era para os anunciantes nos anos 1960», afirma Davide Grasso, responsável de marketing da Nike. «É uma parte integral do que fazemos.»

No site TechCrunch, antecipou-se mesmo «como o facebook pode tornar-se maior em cinco anos do que a Google é hoje». A base da argumentação é a de que a empresa criada em Fevereiro de 2004 ultrapassou recentemente a Google no número de páginas mais vistas mas também pela semelhança na evolução financeira histórica da Google desde a sua fundação em Setembro de 1998. Esta empresa deve, este ano, obter um retorno financeiro de cerca de 20 mil milhões de euros, enquanto o facebook se fica por 1,5 mil milhões de euros - mas eram apenas 196 milhões de euros há dois anos e 452 milhões de euros em 2009.

Em paralelo, e ao contrário da Google, a rede social consegue facturar na publicidade mas também no comércio electrónico, num ecossistema de utilizadores bastante controlado - a já referida segmentação por idade, sexo, geolocalização e interesses, enquanto a Google apenas sabe o que se pesquisa -, e falhou em propostas de criar redes sociais próprias com o Wave ou o Buzz. E se o facebook quiser concorrer nas pesquisas, os mais de cem ex-funcionários da Google que já contratou são uma preciosa ajuda.

A privacidade nas redes sociais

O facebook é notícia frequente pela falta de garantias na privacidade para os seus utilizadores.

Em Janeiro, o criador da rede social, Mark Zuckerberg, defendeu o fim da privacidade nas redes sociais. Com enormes recuos desde então, o facebook revelou em Outubro que vai passar a cifrar os dados pessoais dos utilizadores para evitar que caiam nas mãos erradas de forma inadvertida, como se soube dias antes que ocorria. Basicamente, aplicações que funcionam dentro do facebook - como jogos que não são normalmente criados por esta empresa - passaram informação pessoal dos utilizadores para organizações externas. O mesmo sucede noutros sites como o MySpace e «praticamente qualquer rede social tem potencial para ter este problema», afirma a publicação Mashable.

Segundo o Wall Street Journal (WSJ), o problema ocorre quando um utilizador clica na publicidade da página de outro utilizador. O MySpace ou o facebook identificam o perfil não de quem o faz mas do detentor dessa página. A MySpace assegura que só transmite informação pública, mas as empresas anunciantes conseguem assim obter dados sobre o detentor da página - mesmo que este nunca aceda à publicidade na sua página.
As empresas anunciantes conseguem assim saber de onde provieram os cliques na sua publicidade - mas isto é o que acontece há anos na web.

No facebook, nem os utilizadores com o nível mais elevado de privacidade escapam a esta vulnerabilidade que, como lembra a Technology Review, foi descrita em 1999 por Tim Berners-Lee e outros que então trabalhavam na versão 1.1 das normas HTTP, o protocolo de transferência entre páginas web. Desde aí, é esta informação que as empresas de publicidade ou aquelas com interesse nos percursos online dos utilizadores querem - e que o facebook tem todo o interesse em transmitir porque dá aos anunciantes uma segmentação mais refinada.

O WSJ detectou que «todas as dez aplicações mais populares no facebook transmitem identificação dos utilizadores para [pelo menos 25] empresas externas», e algumas incluem mesmo informação sobre os «amigos» do utilizador. Setenta por cento dos utilizadores acedem a aplicações no facebook pelo menos uma vez por mês. Aquele diário norte-americano revelou em Maio que a rede social transmitia aos anunciantes os números únicos de identificação dos utilizadores, sem o seu conhecimento, quando estes clicavam na publicidade - prática entretanto descontinuada mas não a tempo de evitar um processo em tribunal.

Em Outubro, uma queixa judicial entregue na Califórnia alega que o facebook violou a legislação deste estado norte-americano e o contrato com os seus utilizadores. O governo norte-americano está igualmente a analisar o assunto.

Mas a táctica pode não ser tão fiável como se supunha. Duas equipas de investigadores analisaram os efeitos da publicidade no facebook e, segundo o New York Times, «detectaram potenciais falhas» na referida segmentação.

Num primeiro caso, num teste à orientação sexual ou religiosa dos utilizadores (que o facebook não partilha), investigadores da Microsoft na Índia e do alemão Max Planck Institute for Software Systems detectaram ser possível aos anunciantes assumirem essas orientações - basta o utilizador clicar num anúncio gay ou de uma igreja, por exemplo.

Os investigadores assumem não haver provas de que os anunciantes usem esta técnica, mas Christopher Soghoian, do Center for Applied Cybersecurity Research na Universidade do Indiana, acredita ser possível ligar um dado utilizador do facebook à sua orientação sexual, por exemplo. «Mesmo se a empresa tenta agir correctamente, quando há tantos utilizadores, estes vão ser um alvo para os maus da fita», diz. O facebook defende que as suas regras proíbem a captação de dados dos utilizadores pelas empresas anunciantes.

Noutro estudo, Aleksandra Korolova, da Universidade de Stanford, conseguiu detectar a idade, orientação sexual, religiosa e política ou até o estado civil de utilizadores através da colocação de certos anúncios no facebook, mas defende que o mesmo pode ocorrer no MySpace ou no Google.
A investigadora alertou o site em Julho e este alterou o sistema para que, «se o critério do anunciante for ter menos de 20 pessoas a ver o anúncio, este não seja autorizado». A medida pode ser «evitada» criando perfis falsos, mas o facebook diz que também isso não é autorizado.

Aparentemente, a rede social parece responder a quaisquer críticas - e são muitas e regulares - com evoluções ágeis para as contrariar, mas a rápida introdução de novas funcionalidades que minam a privacidade dos utilizadores permite questionar se o facebook é incompetente ou procura contornar as suas próprias regras para ajudar os anunciantes.

«É as duas coisas», assegura a InfoWorld, «para não mencionar arrogante e ganancioso», mas isso não deve admirar ninguém, porque a empresa está neste «negócio para ganhar dinheiro», seja pela publicidade seja nas aplicações de outras empresas.
É um ciclo cansativo: «A empresa faz porcaria, é apanhada, os media passam-se, a empresa desculpa-se. Depois o ciclo recomeça.»

Também a organização cívica Electronic Frontier Foundation detecta este padrão quando afirma que a empresa «não pode simplesmente reclamar que as aplicações são seguras de usar quando as questões sérias à volta [dessas aplicações e dos problemas revelados pelo WSJ] são abundantes e endémicas».

Eu não sou aquele

O patrão do facebook, Mark Zuckerberg, recusa reconhecer-se na personagem retratada no filme A Rede Social, sobre o facebook.


O filme de David Fincher, onde o actor Jesse Eisenberg assume a vida de Mark Zuckerberg no lançamento do facebook, está disponível em Portugal a partir de quinta-feira, um mês após a sua estreia nos Estados Unidos. «Não se consegue ter quinhentos milhões de amigos sem fazer alguns inimigos» é o mote, inspirado, de um filme que o visado reconhece não o retratar fielmente.

Começa por negar que o objectivo de criar aquela rede social, em 2004, tenha sido para aumentar as hipóteses de conhecer mais raparigas e penetrar na elite universitária. Perante uma audiência na universidade californiana de Stanford, Zuckerberg assegurou que está com a actual namorada, Priscilla Chan, desde antes do lançamento da rede social. «Basicamente, o enquadramento é o de que a única razão para fazer o facebook é porque eu queria raparigas ou queria entrar em discotecas», diz, citado pelo diário inglês The Guardian, salientando, no entanto, que o vestuário usado pelo actor é muito semelhante ao dele quando tinha 19 anos.

Antes de o responsável ter feito estas declarações, a empresa não tecera comentários sobre o filme - nem sobre as alegações no livro The facebook Effect (O Efeito facebook) de que Zuckerberg, agora com 26 anos, namorava na altura outra pessoa que não Chan.

Também um dos primeiros funcionários do facebook, Matt Colher (que saiu da empresa em 2008 para a Benchmark Capital), afiançava na Venture Beat que o retrato da empresa e do seu fundador estava errado. «O Mark não é o tipo de pessoa que alguma vez precisou de fazer algo como o facebook para se sentir bem consigo próprio.»

«O filme tem claramente a intenção de ser entretenimento e não um documentário baseado em factos», explicou Eduardo Saverin à CNBC.

Retratado no filme, o brasileiro que cresceu em Miami, se formou em Boston, foi um dos melhores amigos de Zuckerberg, primeiro investidor e co-fundador do facebook, assim como primeiro gestor financeiro da empresa, espera que a fita «inspire inúmeras pessoas a criar e a tomar a decisão de começar um novo negócio».

Muitos programadores ou empreendedores de empresas de tecnologia «finalmente vêem no ecrã um mundo que reconhecem como o seu», disse o New York Times, e que se traduz em noitadas, bebidas energéticas, pizza e uma ideia por concretizar - a «mentalidade de criador», resumiu Amanda Peyton, do site MessageParty.

Ou a mentalidade de ladrão, como acusam os gémeos Tyler e Cameron Winklevoss, que declararam que a ideia do facebook lhes foi roubada por Zuckerberg, após o terem contratado em 2003 para realizar a rede social ConnectU.

O argumentista do filme, Aaron Sorkin (que se baseou no livro The Accidental Billionaires, de Ben Mezrich), assegura que a obra é «absolutamente não-ficção». O retratado respondia à publicação Mashable de que «fazemos produtos que quinhentos milhões de pessoas vêem... Se cinco milhões vêem um filme, não é muito preocupante».

E assim os empreendedores da tecnologia são elevados à categoria de «estrelas do rock», como depreendia Bob Lefsetz, analista do mundo da música. «Isto é o que as estrelas do rock costumavam fazer», diz na sua Lefsetz Letter. «Agora, isso foi deixado aos techies.»

Agora como então, «as falsidades são irrelevantes», escrevia a Mashable na crítica ao filme. «Para o melhor ou para o pior, a narrativa ficcional, não documentário», ficará como «a história do facebook».

A quem pertence o facebook?

Apesar do juvenil Mark Zuckerberg surgir como a face visível do facebook, a empresa tem outros proprietários, segundo dados compilados por David Kirkpatrick, autor do livro The facebook Effect:
- 24% da empresa é detida por Zuckerberg;
- 10% estão na empresa de investimentos Accel Partners;
- 10% são da Digital Sky Technologies;
- 6% pertencem ao co-fundador Dustin Moskovitz (já saiu da empresa);
- 5% são do também co-fundador Eduardo Saverin (primeiro investidor que processou a empresa em 2009 depois de, numa reestruturação, ter visto a sua participação passar de 30% para 5%);
- 4% são de Sean Parker, antigo presidente despedido após ter sido preso por consumo de cocaína;
- 3% é a parte do primeiro investidor externo da empresa, Peter Thiel (que vendeu parte da sua quota à russa DST);
- cerca de 1,5% do investidor Greylock Partners;
- cerca de 1,5% da Meritech Capital Ventures;
- 1,3% da Microsoft;
- menos de 1% está distribuído pelos primeiros funcionários da empresa: Adam d'Angelo, Matt Cohler, Jeff Rothschild, Chris Hughes e Owen van Nata;
- 0,75% do milionário de Hong Kong Li Ka-Shing;
- 0,5% é da multinacional de publicidade Interpublic.

O capital está ainda disperso por Mark Pincus (da empresa de jogos Zynga, autora de FarmVille) e Reid Hoffman (do LinkedIn) - por deterem uma patente importante para as redes sociais -, pela Western Technology Investments (emprestou 3,6 milhões de dólares no arranque da empresa), e por outros pequenos investidores e funcionários. De fora ficou Steve Chen, que trabalhou poucas semanas no facebook antes de se despedir para lançar o não menos famoso YouTube. Por decidir está ainda a posição de Paul Ceglia, que alega deter 84% do facebook.

Os advogados de defesa afirmam que a acusação, apresentada em Junho, é uma fraude e assédio ao seu cliente, apesar de concordarem que ele trabalhou para Ceglia. Em Julho, o responsável pelo facebook afirmava ter «quase a certeza» de que não assinara qualquer documento a ceder uma posição maioritária no facebook.

Em 2003, então com 19 anos, Zuckerberg terá assinado um contrato com Ceglia que lhe cedia o controlo do então The Face Book a troco de um pagamento de mil dólares. Um tribunal estadual já lhe deu razão e estabeleceu uma providência cautelar temporária sobre os bens do facebook. Ceglia ainda não apresentou o contrato original nem se sabe porque esperou seis anos para reclamar.

Empresas interessadas

Em Maio deste ano, David Kirkpatrick, autor do livro The facebook Effect, registava 11 empresas que já tinham demonstrado interesse em adquirir o facebook poucos meses após a sua criação, em Fevereiro de 2004. Quatro meses depois, surgiu a primeira proposta (dez milhões de dólares) de um financeiro de Nova Iorque.

Seguiram-se ainda nesse ano o Friendster (interessado se obtivesse um aumento de capital que não ocorreu) e houve conversações com a Google.

Em 2005, houve propostas do jornal The Washington Post, do MySpace (antes e depois de ser adquirido pela News Corp) e da cadeia de televisão NBC. A mais interessada foi a Viacom - primeiro a «atirar 75 milhões para a mesa», como ilustra o site Business Insider, e meses mais tarde quando notou que os espectadores da sua MTV acediam cada vez mais ao facebook - e, finalmente, em 2006, com um cheque inicial de 800 milhões de dólares (mais de 570 milhões de euros) para uma proposta de 1500 milhões de dólares (1073 milhões de euros). Foi recusada, porque Zuckerberg queria um adiantamento maior, mas foi o mais próximo que a empresa esteve de ser vendida.

Sucedeu-se a Yahoo! (duas vezes) e a AOL (mil milhões de dólares em cada proposta), novamente a Google e a contra-resposta da Microsoft para manter o facebook afastado da rival, que resultou na compra de 1,6% da empresa por 247 milhões de dólares (176 milhões de euros), atirou a valorização da empresa para 15 mil milhões de dólares (mais de 10 mil milhões de euros) e obriga esta a alertar a Microsoft se encetar negociações com a Google.

Autoridades vigiam as amizades
Se pensa candidatar-se à cidadania nos Estados Unidos, cuidado com os seus «amigos» nas redes sociais. Se é jovem, atenção ao que partilha no facebook.

No primeiro caso, as autoridades governamentais vigiam essas redes. No segundo, são as autoridades parentais. Em ambos os casos, «tendências narcísicas» para obter um grande número de ciberamizades potenciam essa vigilância.

Como a organização cívica Electronic Frontier Foundation descobriu em Outubro, o governo norte-americano está a vigiar as redes sociais «para investigar requerimentos de cidadania» por beneficiários ou pretendentes, desde 2008, e criou um Centro de Monitorização de Redes Sociais, gerido pelo Departamento de Segurança Interna, para «recolher e analisar as comunicações públicas durante a tomada de posse do Presidente Obama». Isto inclui a criação de perfis no facebook ou MySpace para os agentes se «amigarem» com suspeitos.

Suspeitas têm também os pais, com 40% de dois mil inquiridos a afirmarem possuir a password de acesso à conta do facebook dos filhos e mais 10% a declararem que a obtiveram sem o conhecimento destes.

Os resultados de um recente relatório sobre privacidade familiar nas redes sociais, da empresa de segurança TRUST, mostra ainda que 72% dos pais acedem à conta dos descendentes pelo menos uma vez por mês. 95% dos pais (e 90% dos jovens) têm conta no facebook, sendo «amigos» uns dos outros.

A grande maioria dos pais (84%) confia que os filhos são responsáveis na partilha de informação pessoal nas redes sociais mas 64% destes revelam que aceitaram convites de amizade de estranhos.

Redes sociais não são para ricos
Mais de 62% dos norte-americanos com acesso à internet estão no facebook, segundo a empresa de análise Comscore, seguindo-se à distância o MySpace, com 24%, e a rede de âmbito mais profissional Linkedin, com apenas 6%.
No entanto, quando se aponta para a faixa financeiramente mais sólida dos ricos, 70% registaram-se em redes sociais, segundo um inquérito da empresa de aconselhamento SEI Wealth Network (serão 61%, num outro estudo do Pew Research). Mas apenas 17% lhes acedem diariamente, abaixo da média de 38% detectada pelo Pew para os utilizadores em geral.

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