"Os salários rondam sempre os 500 euros mensais e como o subsídio de alimentação pode ser pago em espécie nos tempos em que se está nas cadeias de fast food ainda se tem uma alimentação muito má para a saúde" refere Eurico Romero enquanto na Praça do Martim Moniz se preparava para a sua primeira manifestação do 1º de Maio em Lisboa, pois vive na cidade do Porto ..Novamente desempregado desde Julho decidiu vir até Lisboa "para casa de uns amigos" e participa na manifestação do 1º de Maio da CGTP integrado na InterJovem, a organização de juventude da central..Sindicalizado no FESHT frisa que "o apoio do sindicato foi fundamental quando uma das empresas que o despediu - e de que não quer dizer o nome pois o mercado é pequeno - não queria pagar a indemnização a que tinha direito". .Quando ao fim de uma hora de compasso de espera se começa a percorrer o caminho até à Alameda Afonso Henriques, Eurico defende a necessidade "de se evitar o conformismo e se lutar contra uma situação que está a destruir o futuro" em linha com as palavras de ordem gritadas na manifestação. Actualmente vive da ajuda da família, apesar do dinheiro não abundar , e de pequenos biscates como ir "ajudar a fazer um casamento". Uma tarefa que é mal remunerada, cerca de cinco ou seis euros por hora, mas onde se consegue fazer algum dinheiro à custa de uma jornada de trabalho de quinze ou mais horas. A sua experiência na restauração passou por vários tipos de restaurantes, desde os de comida rápida, até uma churrascaria e outro de comida tradicional. Frisa que ar regra acaba por ser "a alta rotação dos trabalhadores e os baixos salários". Por isso apoia as palavras de Carvalho da Silva quando este garante no discurso final que "é possível criar emprego com direitos". O líder da CGTP deixou uma mensagem aos jovens adiantando "que é inadmissível que o governo e o patronato ofereçam apenas desemprego ou emprego absolutamente precário a troco de baixíssimas remunerações". Carvalho da Silva fez um apelo à participação nas eleições, e alertou para " as opções" que cada um vai tomar nas urnas.