"Este é o meu último ano como jogador profissional, ou seja, vou pousar as luvas", disse ontem Vítor Baía, com alguma emoção. "Vai ser responsável, enquanto director, das relações externas da SAD", revelou Pinto da Costa. E pouco mais foi dito pelos, agora, dois dirigentes do FC Porto, que após o anúncio abandonaram o auditório do Estádio do Dragão..Baía falou do "muito orgulho" dos "quase 20 anos de carreira brilhantes", não esqueceu Barcelona (1996 a Dezembro de 1998) e sublinhou que "não é um momento fácil", este que encerra 18 anos, 700 jogos e 30 títulos conquistados - não há outro futebolista que tenha acumulado tantos troféus. Mas olhou em frente. "Agrada-me muito o facto de me manter ligado ao FC Porto". E, optimista, acrescentou esperar ter "pelo menos" tanto sucesso enquanto dirigente dos dragões..O presidente fez questão de assinalar que a passagem de Baía do plantel para um gabinete não se trata de um mero reconhecimento pessoal: "Esperamos muito dos seus conhecimentos." E explicou que a seu cargo Vítor Baía terá o relançamento da marca FC Porto, no país e no mundo. .Concretizando, Pinto da Costa explicou que Baía tratará das relações com a FIFA e a UEFA, enquanto em Portugal será "responsável executivo" pelos planos que o clube tem para "o relançamento da marca Porto". O que confirma as mudanças que, nos últimos tempos, se apontam ao clube e à SAD..Num registo mais impressivo, foi ainda confirmado que no início da nova temporada haverá um jogo de homenagem a Baía. O Barcelona, a outra equipa que o ex-guarda-redes representou na carreira, seria o adversário ideal, mas ontem não foram fornecidas indicações sobre o nome da equipa que defrontará o FC Porto de Baía. E, depois, Baía e Pinto da Costa deixaram o auditório do Dragão sem responder a quaisquer questões dos jornalistas..A despedida competitiva de Vítor Baía, que se estreou como sénior em Setembro de 1988, frente ao Guimarães, foi no dia 20 de Maio, a quatro meses de completar 38 anos. A última jornada da Liga, frente ao Aves, em que se estreou aos 86 minutos (substituindo Helton, que o relegou para o banco na última época e meia), marcou ainda a conquista do 30.º e derradeiro título como futebolista. Uma carreira ímpar.|