Em 1976, José Barata Moura e Júlio Isidro criavam um programa infantil inovador na estação de serviço público, recheado de música. Ainda só havia a RTP, a televisão era a preto e branco e nascia Fungagá da Bicharada, formato a que se juntou Cândida Branca Flôr. Quase 30 anos depois, o Teatro da Trindade, em Lisboa, faz uma viagem no tempo através dum recital nostálgico e revivalista em que são recuperadas muitas dessas canções que preencheram o imaginário das crianças nos anos 70 e 80..Joana come a papa, A mudança do macaco Zacarias ou Olha a bola Manel são alguns dos êxitos da autoria de José Barata Moura que Carlos Hochman recupera no musical infantil Fungagá, numa encenação revivalista para maiores de três anos recheada das "músicas que os pais sabem de cor e que os filhos vão finalmente descobrir"..São cerca de 20 temas com direcção musical de César Viana em reposição no Teatro da Trindade até 22 de Janeiro (o espectáculo já tinha estado em cena em Outubro de 2004 e início deste ano)..Tudo começa com a chegada duma numerosa família de artistas à Cidade do Penteado, "onde as casas, para variar, têm cabelo e não telhado". Da roulotte colorida que lhes serve de casa e de transporte para levar o seu espectáculo a todo o País - "o fantástico, maravilhoso, mirabolante... Fungagá" - saem músicas, humor e surpresas, e as crianças são convidadas a tomar parte do universo das oito personagens que compõem o elenco..Do despertar ao tão ansiado espectáculo, percorrem-se alguns dos temas musicais, seja para convencer as meninas a comer a papa do pequeno-almoço, para contar uma história ou dar uma aula. Pelo meio assistimos às tropelias duma guarda que, com o seu persistente apito, tenta convencer a família a deixar a Cidade do Penteado. E que, percebe-se no decorrer da acção, vai dar razão ao ditado "Se não podes vencê-los... junta-te a eles"..O célebre tema Fungagá da Bicharada, esse, fica guardado para o final e vai no ouvido de todos, mais ou menos pequenos. .Musical dedicado às crianças mas não só, Fungagá pode ser visto hoje às 16.00, amanhã às 11.00, ou ainda de terça a sexta-feira às 10.30.