Vera Kolodzig: "Não sou uma actriz segura"

A eterna "menina" de <em>Jardins Proibidos</em> está de volta aos palcos. Protagonista de novelas da TVI, confessa: "Soltar-me da Zé foi uma separação difícil."
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Vera Kolodzig tinha apenas 16 anos quando subiu, pela primeira vez, a um palco. Hoje, sexta-feira, a estrela da TVI repete o gosto e reencontra-se com esta arte: sobe ao palco do Teatro Rivoli, no Porto, para participar na peça de teatro 39 Degraus.

"Este é um regresso aos palcos muito desejado por mim. A última vez que fiz teatro foi há dez anos quando participei na peça Confissões de Adolescente. Depois do que estudei e aprendi quando estive em Londres [Reino Unido], esta é uma oportunidade perfeita para pôr em prática todas essas aprendizagens", solta a actriz, 26 anos, que se estreou em televisão como protagonista da novela Jardins Proibidos, na TVI.

Convidada a substituir a actriz Inês Castel-Branco - anterior protagonista da peça e que actualmente se encontra a gravar a personagem Carmen na novela Rosa Fogo, em exibição na SIC -, Vera Kolodzig não esconde os nervos: "Sim, estou nervosa. Só quando sentir o pulsar e a reacção do público é que vou começar a divertir-me mais." Mas a jovem actriz, que está afastada da televisão desde a interpretação da personagem Zé na novela Espírito Indomável, TVI, afirma estar muito entusiasmada com o convite que lhe foi feito já que 39 Degraus, um dos maiores sucessos da Broadway, é uma comédia. "Esta é uma peça muito física e é isso exactamente o que eu gosto de fazer. Este é mesmo o meu tipo de comédia, vive de imagens e é do que eu gosto. Se o registo fosse mais realista não seria tanto do meu agrado. Gosto imenso de fazer isto", assume a estrela da ficção nacional que já participou, entre outras, nas novelas da TVI Filha do Mar, Dei-te quase Tudo e Fascínios.

De corpo e alma no palco, Vera Kolodzig, que divide protagonismo com os actores Joaquim Horta, João Didelet e Rui Melo, participa numa "aventura" que mistura espiões, intriga, mistério, romance e gargalhadas. E veste a pele de três mulheres bem distintas. "A primeira personagem que encarno é uma espiã alemã, a Anabela Schmitt. É ela quem vai desencadear todo o conflito. Farei também de Pamela, uma mulher inglesa, chique e pudica e, ainda, dou vida a uma mulher de um agricultor. Esta é uma pessoa muito tímida e que tem um grande fascínio pelas grandes cidades", descreve a actriz à Notícias TV.

Dar vida a uma espia alemã fê-la reencontrar-se com as suas origens, conta Kolodzig. "A Anabela Schmitt é alemã e eu sou meio-alemã. Tenho familares a viver na Alemanha. Mas, atenção, sinto-me muito portuguesa! Mas, como tive de criar sotaque e sempre estive habituada, ao longo da minha vida, a ouvir alemães a falar português, foi uma boa referência para mim", revela.

Apesar de somar já 12 anos de experiência a trabalhar em televisão, Vera Kolodzig assume ser uma actriz muito exigente consigo própria: "Não, não sou uma actriz segura, mas acho que ninguém é... Aliás, isso alimenta-me. O facto de ser insegura faz-me querer ser sempre melhor e fazer melhor. Sou muito exigente comigo mesma." Tudo o que conquistou ao longo da sua carreira, como descreve a própria, foi fruto da sua "persistência": "Tudo o que tenho e construí fui eu, não tive ajuda de ninguém. Foi com luta."

"Foi uma opção minha parar de trabalhar"

Longe das câmaras de televisão desde o início do ano, altura em que terminaram as gravações da novela EspíritoIndomável, Vera Kolodzig afirma que afastar-se foi uma escolha sua. "Estes foram muitos meses a... viver! Quando estou a fazer novela não tenho tempo para nada. Ao longo deste período, vinguei-me e fui sentir o mundo (risos). Fui viajar, que é algo que adoro fazer", explicou entre risos. "Não estou muito tempo parada. Foi uma opção minha. Decidi e quis ter algum tempo para mim", explica.

O último papel fez, aliás, a estrela da TVI querer distanciar-se do pequeno ecrã. "Soltar-me da Zé foi uma separação dolorosa. Gostei muito de fazer aquela personagem... tinha muito afecto por ela. Nós actores gostamos de todas as personagens, mas diria que a Zé foi o papel", admite.

Continuar a ter contrato de exclusividade com a estação de Queluz de Baixo é sinónimo de reconhecimento. "Não diria que me dá mais tranquilidade ou segurança quando estou parada. Vejo-o como um reconhecimento e tenho orgulho nisso." Talvez por isso, quando questionada se seria ou não capaz de aceitar mudar-se para a SIC ou para outro canal, admita sentir-se "filha" da TVI. "Cada um faz as escolhas que quer. Estou numa estação onde estou muito contente. Cresci na TVI e sinto-me muito acolhida", elogia.

Sem data prevista para regressar ao trabalho em televisão, Vera Kolodzig vai manter-se com as energias focadas no teatro. "A peça vai andar em digressão. Até dia 12 vamos ficar no Porto, depois seguimos para o Casino Estoril. Adoro viajar, conhecer o País. As viagens inspiram-me muito como actriz", afirma.

"O Diogo é o Diogo e a Vera é a Vera"

A viver um romance com o actor Diogo Amaral, com quem contracenou e fez par romântico na novela Espírito Indomável, Vera Kolodzig preferiu não falar da relação. "Sim, pode dizer-se que é uma protecção minha. A minha vida pessoal é a minha vida pessoal. O Diogo é o Diogo e a Vera é a Vera", disse.

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