Uso de dinheiro dos contribuintes deve ser minimizado na resolução de bancos - Draghi

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, defendeu hoje que a utilização do dinheiro dos contribuintes na resolução de bancos deve ser minimizada, mas considerou que as instituições bancárias aumentaram os seus próprios meios.
Publicado a
Atualizado a

"Temos de garantir que o uso do dinheiro dos contribuintes é minimizado [na resolução de bancos]", respondeu Mario Draghi, quando questionado por um estudante de economia sobre o tema no primeiro 'ECB Youth Dialogue', um diálogo com jovens que decorreu esta tarde no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa.

Ainda assim, o presidente do BCE disse que "uma coisa é certa: os bancos têm de aumentar os seus próprios meios, têm de por de parte recursos capazes de absorver perdas em caso de crise".

O estudante da Universidade Nova recordou que Portugal gastou nos últimos anos mais de 10.000 milhões de euros em resgates com bancos (os números do Tribunal de Contas apontam para um montante superior a 14.000 milhões de euros com ajudas à banca entre 2008 e 2015).

Na resposta, Draghi disse que "é, em parte, por causa destes grandes resgates, onde o dinheiro dos contribuintes foi usado para resgatar os credores dos bancos, depositantes e acionistas, que a União Europeia adotou a diretiva de resolução bancária", restringindo as condições para ajudas estatais, obrigando primeiro ao bail-in dos acionistas e de certas categorias de credores.

"O principal propósito da diretiva é garantir que o uso do dinheiro dos contribuintes é minimizado, mas também que a atividade do banco é preservada", observou.

Mais recentemente, a Comissão Europeia aprovou as medidas de apoio do Estado italiano, contabilizadas em cerca de 17.000 milhões de euros, para facilitar a liquidação de dois bancos regionais, o Banca Popolare di Vicenza (BPVI) e o Veneto Banca.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt