Ursinhos estão de volta após cinco anos na China

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Indústria. Parte da produção da alemã Steiff regressa a Portugal

A empresa alemã Steiff, que inventou os ursinhos de peluche, fez regressar a Portugal parte da produção deslocalizada há apenas cinco anos para a China. E não é caso único - em outros sectores da economia, como o calçado, as grandes marcas estão de volta, devido às dificuldades logísticas e ao aumento dos custos de transporte resultante do agravamento do petróleo.

O anúncio, na semana passada, pelo director-geral da Steiff, Martin Frechen, do abandono da China, após cinco anos de deslocalização de um quinto da produção do famoso ursinho de pelúcia Teddy Bear, não apanhou de surpresa o gerente da fábrica do grupo alemão em Oleiros, Castelo Branco.

"Já tínhamos em curso desde o início do ano os trabalhos de ampliação das instalações", revelou à Lusa Narciso Guimarães, o responsável da empresa.

A decisão de aumentar a produção de 30% para 40% do total em Oleiros, onde a Steiff tem uma fábrica desde 1991, implicará um aumento do número de efectivos em proporção semelhante, para um pouco mais de 150 trabalhadores, explicou Narciso Guimarães.

O regresso da produção a Portugal, segundo a Steiff, decorre essencialmente da estratégia da nova direcção da empresa-mãe, de dificuldades logísticas e do aumento do preço dos transportes.

Os chineses privilegiam o preço e a quantidade, mas "há uma falta de capacidade de resposta para série mais limitadas e mais sofisticadas, onde se pretende uma resposta atempada", adianta a empresa.

A Tunísia acolherá outra parte da produção abandonada na China, num processo de aproximação aos mercados de destino que deverá ser concluído no final de 2009.

A proximidade geográfica, numa altura em que os custos dos transportes disparam, e a capacidade de adaptar rapidamente a produção às exigências do mercado são factores determinantes em nichos de mercados de diversos sectores, para os quais Portugal está bem posicionado.

Portugal pode não ser um destino de produção tão barato como a China ou a Índia, mas tem a vantagem de estar mais perto dos mercado. |

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