Ursinho Pooh de A. A. Milne já tem 80 anos

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Winnie The Pooh fez ontem 80 anos. Criado pelo escritor inglês Alan Alexander (A. A.) Milne, o pequeno ursinho de pouca inteligência, mas louco por potes de mel, surgiu pela primeira vez no jornal London Evening News, no dia de Natal de 1925.

A ideia nascera algum tempo antes, quando Alan visitara o jardim zoológico com o seu filho Christopher Robin, ambos então deliciados pelos jeitos de uma dócil ursa, Winnipeg, que havia sido recentemente doada ao zoo londrino. Era uma ursa canadiana, descoberta no Ontário, e feita mascote por uma divisão de soldados que a trouxeram, às escondidas, para Inglaterra, durante a I Guerra Mundial. Terminada a guerra, entregaram-na ao zoológico, onde foi muito visitada e admirada. O ursinho Pooh surgiu da imaginação de Milne, primeiro dando nome a um peluche e, logo a seguir, em histórias que contava ao seu filho, usando o próprio Christopher Robin como personagem, assim como outros dos seus bonecos, como o tigre Tigger ou o porquinho Piglet. Viviam todos no Bosque dos Cem Hectares, inspirado pela Floresta de Ashdown, em East Sussex.

Poucos meses depois da estreia no jornal, o ursinho Pooh deu origem a um livro, Winnie The Pooh, com as histórias de Milne e ilustrações de E. H. Shepard. Nos anos seguintes, o escritor publicou mais um livro de contos e dois de poemas, todos com desenhos do mesmo ilustrador. Em 1929, Milne vendeu os direitos de merchandising de Pooh a um americano, Steven Slesinger, que gradualmente o transformou num negócio rentável.

Em 1961, a Disney comprou os direitos de Pooh para o cinema, estreando-o pouco depois em curtas metragens inspiradas nas histórias originais. Todavia, quando Pooh teve a sua primeira longa-metragem, em 1977, As Aventuras do Ursinho Pooh, os sinais de americanização do universo em redor do ursinho eram já evidentes. Desde finais de 70, Winnie The Pooh tornou-se numa dos mais bem sucedidas franchises da Disney, com uma série de filmes para cinema e só para vídeo e DVD, lançados regularmente.

Apesar do ar cândido do ursinho, da placidez do bosque em que vive com os amigos e do tom positivo das histórias que protagoniza, nem tudo é tranquilidade no ambiente que o rodeia. A família de Milne tentou disputar os direitos autorais com a Disney numa batalha judicial nos anos 90, e perdeu, depois de inicialmente ter conseguido uma indemnização de 66 milhões de dólares (55 milhões de euros).

Mais recentemente, a filha de Christopher Robin disputou os direitos de merchandising aos herdeiros de Slesinger, e perdeu. Como se não bastasse, a Disney já anunciou que, na nova série de desenhos animados que estreará em 2007, o companheiro de Pooh não será mais o pequeno Christopher Robin, mas antes uma rapariga ruiva?

Pouco pacífico é ainda o facto de os peluches que inspiraram os contos de Winnie The Pooh estarem na Biblioteca de Nova Iorque, havendo muitos ingleses a reclamar a sua devolução como património cultural britânico.

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