As regras de formação em tiro da PSP melhoraram substancialmente nos últimos anos mas os dirigentes sindicais do setor continuam a considerar que o que existe é insuficiente. "Temos a certificação obrigatória de tiro de dois em dois anos. É composta de um teste escrito com 30 perguntas sobre as regras de uso de armas de fogo e de uma tarde prática a disparar 20 ou 30 munições, ou seja, a descarregar dois carregadores. Não chega, obviamente", refere Mário Andrade, presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP/PSP). Cada pistola de serviço Glock 9mm tem 19 balas..Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical de Profissionais de Polícia (ASPP) reconhece que formação "não é a ideal", mas admite "que melhorou bastante nos últimos anos", desde que foi implementada a obrigatoriedade de exames teóricos e práticos, de dois em dois anos, que inclui saber todas as regras para a utilização de armas de fogo. Paulo Rodrigues alienta que esta formação "é ainda mais frequente" no caso dos agentes que pertencem às equipas especiais, como as de intervenção rápida. Também a esse nível Mário Andrade faz a ressalva: "Os elementos da Unidade Especial de Polícia têm um treino mais regular"..Mas o presidente do SPP é muito crítico quanto à falta de investimento no treino da polícia: "Os agentes que queiram ter melhor preparação do que a obrigatória têm de pagar do seu bolso carreiras de tiro privadas porque não são autorizados a ir às carreiras normais da polícia gastar munições"..O treino obrigatório de tiro "não contempla alvos dinâmicos, apenas tiro estático, quando sabemos que não é essa a realidade numa perseguição, em que estamos em movimento". Os sindicatos há muito que reclamam mais treino..Para o dirigente do SPP, existem também outros problemas na polícia, como "a falta de preparação física e em técnicas de defesa pessoal", acrescentou. De facto, o exercício físico não é obrigatório na PSP e os agentes que pretendam estar em forma fazem nisso um investimento pessoal