Um terço da população deixou a Faixa de Gaza

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Bastaram dois dias para os habitantes de Gaza, que passaram por Rafah, deixarem vazios os estabelecimentos comerciais desta cidade egípcia.

Além de bens essenciais, os produtos farmacêuticos são os mais procurados pela população da Faixa de Gaza - que conta milhão e meio de habitantes - sujeita desde o Verão de 2006 a um bloqueio por parte de Israel. Este foi alargado quando o Hamas derrotou a Fatah, do Presidente Mahmud Abbas, em Junho de 2007, após alguns dias de combates.

O Governo de Ehud Olmert impôs o bloqueio total há uma semana em resposta a uma série de tiros de mísseis artesanais e morteiros por parte dos radicais palestinianos, que provocaram dez feridos ligeiros. Por seu lado, o exército israelita tem realizado operações contra dirigentes e militantes radicais, que causaram já 40 mortos entre os palestinianos.

O primeiro-ministro Ehud Olmert assegurava ontem que ninguém em Gaza "teria uma vida tranquila" enquanto persistirem os disparos sobre alvos israelitas. Olmert afirmou que não permitiria, "em nenhuma circunstância, o desenvolvimento de uma crise humanitária". Nesse sentido, ontem foi permitida a entrada de combustíveis e de apoio de agências humanitárias.

Pelo relato das agências, era evidente que a decisão israelita não permitirá superar a escassez de bens de toda a natureza que se faz sentir no território. De antibióticos a vacinas infantis, a medicamentos para doentes crónicos ao simples óleo alimentar e cigarros.

Um farmacêutico palestiniano admitia à AFP que, "apesar dos túneis" cavados pelo Hamas sob a fronteira e que permitem alguma liberdade de movimento aos radicais para operações e para contrabando de bens, "o bloqueio tem-nos atingido duramente". E a intransigência israelita não deve abrandar. Uma sondagem da rádio pública revelava que 63,7% dos israelitas são favoráveis a uma actuação dura em Gaza e apenas 22% defendem uma atitude moderada. |

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