Um olhar pela Angola do presente que se escuta na sua nova música

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Uma das mais interessantes propostas da secção IndieMusic na presente edição do Indie Lisboa é um documentário, de pouco mais de uma hora de duração que, inspirado pelas canções de Ngonguenhação, primeiro disco do Conjunto Ngonguenha, nos transporta à Luanda do presente, às suas gentes, histórias e imagens. É Dreda Ser Angolano (que passa hoje no Cinema São Jorge pelas 21.15), assinado em colectivo pela Familia Fazuma, é um retrato do contexto social, político e cultural que gerou esse disco.

Cenas do dia a dia, mercados ao ar livre, histórias de assaltos, de casas sem luz eléctrica (mas com fio puxado do vizinho), de lixo que é preciso afastar para jogar à bola, são entrecruzadas com palavras de poetas e pensadores de rua. Com reflexões sobre a genuinidade angolana do kuduro (na voz de Sebem, um dos seus pioneiros). E, claro, com as canções que nascem na Angola de hoje, nomeadamente de nomes como MCK, Conductor, Os Turbantes, Keita Mayanda, Phay Grand e, naturalmente, o Conjunto Ngonguenha.

Com trabalho de câmara do próprio Ikonoclasta (do Conjunto Ngonguenha), o documentário alia uma certa informalidade nas sequências de reportagem a um refrão recorrente que, usando a sugestão de um ambiente de viagem de automóvel, ao som da Rádio Dreda, serve de fio condutor aos episódios, imagens e palavras que aqui se descobrem. |

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