Um livro para aprender por puro prazer

Oliver Jeffers, desenhador premiado, criou contos curtos dedicados, acima de tudo, às letras. A edição é inglesa e estimulante
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O modelo é inglês mas mostra-se muito capaz de dar a volta ao mundo, de acordo com a inspiração e a transpiração dos criadores de cada idioma - Once Upon an Alphabet coleciona 26 histórias, com textos pequenos (mas assertivos) e grandes ilustrações. Cada uma delas aparece centrada numa letra e ocupa quatro páginas; ou, em rigor, três páginas e uma outra de "capa", permitindo que se estabeleça uma tocante igualdade na fraternidade das letras, sem que se denuncie sequer a habitual supremacia das vogais sobre as consoantes. Quanto ao conteúdo, impera o vértice que faltava do triângulo histórico que ainda hoje nos faz sonhar: a liberdade.

Para Oliver Jeffers, o premiado desenhador que, neste caso e noutros antecedentes da sua obra, chama a si o texto, a imaginação parece estar longe de qualquer racionamento e ainda mais da famigerada austeridade. Vejamos: a letra "a" fica reservada para um "astronauta" que tem medo das alturas. A "c" conta a saga de uma "caneca" ambiciosa, mas porventura pouco capaz para os cálculos. A "e" lança um "enigma": quantos "elefantes" cabem num "envelope"? A "g" acompanha a promoção de um "guarda" que é promovido - se antes guardava "gorilas", agora vigia um "glaciar". A "i" apresenta--nos o "inventor" que, de forma "invisível", observa as "iguanas". Chegados à "m", vemos como "Mary" se envolve, através da Física, com os "mistérios" da "matéria". Na "q", eis a "questão". Como se compreende, aqui ficam enumerados apenas alguns dos itens em que a tradução não força à mudança da letra. Mas fica, também, a garantia de que, até para a aprendizagem do Inglês, todos os capítulos omitidos são igualmente motivadores e bem achados.

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