U2 aterraram no hospital pediátrico ainda por inaugurar

Estudantes de capa e batina fizeram a recepção aos convidados da banda irlandesa, que fez uma entrada em palco demolidora.
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Ao entoar o cântico da Briosa, Bono pôs os U2 a ganhar logo após o pontapé de saída ao som de Space Oddity, de David Bowie.

A banda irlandesa mostrou conhecer as especificidades do concerto de Coimbra e repetiu mesmo o cântico da claque da Académica  em Beautiful Day, a segunda canção da noite, depois de um instrumental em que o vocalista saudou o público com uma volta olípica pelo palco. I Will Follow seguiu-se, deixando claro que a noite prometia ser mesmo memorável.

Dia 1- Operação "U2-Coimbra" teve logo a marca de algo inédito:  Às 17.00 os quatro rapazes de Dublim aterram no novíssimo heliporto do Hospital Pediátrico de Coimbra. Todos poderão dizer, agora, que não foram os políticos a inaugurar aquela unidade de saúde (a cerimónia oficial de abertura está prevista para Novembro). Quem inaugurou a pista do Pediátrico, quem foi? Foram eles, os U2!  
A viagem de helicóptero do Porto até Coimbra foi rodeada de grande secretismo e com elevado grau de segurança. Às 17.15, com os 'batedores' da PSP, a banda entra no Estádio Cidade de Coimbra, numa carrinha de vidros escuros. Milhares de pessoas esperavam em filas infindáveis.

 Às 17.30, quando as portas foram, finalmente, abertas, ouviu-se um ruído apenas comparável ao de um golo da Académica. As filas que contornavam o estádio iam enfim andar. Desde quinta-feira que os fãs iam aumentando no local, mas foi ontem que a cidade quase parou para receber os U2.

"Hoje ninguém é daqui", exclamava à janela o passageiro de um dos muitos autocarros que transportava os portadores de bilhete para o "maior espectáculo de sempre". Assim o descrevia Manuel Silva, do Barreiro, um dos muitos fãs de longa data que não quiseram perder pitada do espectáculo e, por isso, abandonou a Margem Sul do Tejo logo pela manhã.
 
Pela cidade, perante magotes de gente em trânsito, a polícia desdobrava-se em indicações, que nem todos cumpriam. Quando uma carrinha se escapuliu para as ruas cortadas ao trânsito, a matrícula foi logo anotada.

As muitas camisolas dos U2 quase lembravam visita de clube grande à Académica, mas a larga maioria de sorrisos de quem estava perto de concretizar o sonho de ver a banda preferida contrastava com a incredulidade dos lesados por bilhetes falsos. Um interessado de última hora nem queria acreditar quando percebeu que o acordo estabelecido na Internet, precedido de um depósito, era afinal uma burla. "Combinei com o vendedor, transferi o dinheiro, confiei e afinal era tudo a fingir. Aprendi uma lição." Além disso, não eram poucos os que vagueavam em torno do recinto, com placas onde se lia "vendo bilhetes". Com valores inflacionados.
 
A 360º Tour guiou a Coimbra gente de todo o mundo. De manhã, venderam-se os últimos mil bilhetes,   num centro comercial da cidade. Algumas pessoas, mesmo sem bilhete, vibravam nas imediações do estádio. Como José Trota, de 56 anos: "Acho isto espectacular! Deviam repetir mais vezes isto em Coimbra", dizia. Vibrava ao ver passar gente divertida e bem-disposta. E como, em Coimbra, os estudantes trajados são imagem de marca, uma dezena, de capa e batina, foi destacada para receber os convidados da bancada VIP.

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