Trump e três filhos acusados de fraude por procuradora de Nova Iorque

Após mais de dois anos de investigação, a procuradora Letitia James alega uma fraude de 250 milhões de dólares e quer que os Trumps sejam impedidos de atuar como executivos em qualquer empresa de Nova Iorque.
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O ex-presidente norte-americano Donald Trump e três dos seus filhos, Donald Jr., Ivanka e Eric, foram acusados esta quarta-feira pela procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, de lucrar com uma fraude "assombrosa". Trump fala em perseguição política.

Segundo a procuradora, os Trump são acusados de manipular as avaliações das suas propriedades para enganar credores, seguradoras e autoridades fiscais e conseguir melhores taxas para empréstimos e apólices de seguro e pagar menos impostos.

"Hoje, apresentei queixa contra Donald Trump por anos de fraude financeira para se enriquecer a si próprio, a sua família e a Trump Organization", disse a procuradora numa conferência de imprensa. "Não há dois conjuntos de leis para as pessoas nesta nação. Os ex-presidentes têm que responder aos mesmos padrões que os norte-americanos comuns", acrescentou.

"Com a ajuda de Donald Jr., Eric, Ivanka e outros acusados, Trump inflacionou e deflacionou ilegalmente o seu património líquido em milhões para obter e pagar empréstimos, obter benefícios de seguros e pagar impostos mais baixos. Em suma, ele mentiu para obter enormes benefícios financeiros para si próprio", referiu.

"Os crimes de Trump não são sem vítimas. Quando os poderosos infringem a lei para obter mais dinheiro do que aquele a que têm direito, isso reduz os recursos disponíveis para os trabalhadores, as pequenas empresas e os contribuintes", indicou Letitia James.

A procuradora quer que o Supremo Tribunal de Nova Iorque impeça os Trump de ser executivos em qualquer empresa de Nova Iorque, além de impedir a Trump Organization de comprar mais propriedades ou ter direito a empréstimos (neste último caso durante cinco anos). Quer ainda recuperar mais de 250 milhões de dólares.

A investigação do gabinete de James já dura há mais de dois anos. O ex-presidente foi chamado a prestar declarações sobre este processo, tendo contudo optado por recorrer à Quinta Emenda da Constituição dos EUA para não responder às perguntas.

Além dos Trump, a procuradora acusa o ex-diretor financeiro da Trump Organization, Allen Weisselberg, que recentemente declarou-se culpado de crimes fiscais, e o gerente-fiscal Jeffrey McConney.

A advogada de Trump, Alina Habba, citada pelos media norte-americanos reagiu dizendo que as acusações são "politicamente motivadas". Há cerca de uma semana, a procuradora tinha rejeitado um acordo dos advogados de Trump para resolver o processo fora dos tribunais.

A porta-voz de Trump, Liz Harrington, também já reagiu na plataforma Truth Social (criada pelo ex-presidente): "Um conto de dois sistemas de justiça - sim, onde os criminosos saem em liberdade e os democratas só vão atrás dos seus opositores políticos!"

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