Tribunal adia leitura de acórdão de agente da PSP desfigurado

A leitura do acórdão do processo em que quatro funcionários da CP são acusados de negligência pela "desfiguração grave" de um agente da PSP quando viajava num comboio, em 2003, foi adiada para o próximo dia 24.
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Fonte do Tribunal de Santarém disse à Lusa que a leitura, que estava marcada para as 16.00 desta terça-feira, foi adiada para a mesma hora do próximo dia 24.

O Ministério Público pediu a condenação de três dos quatro arguidos - o maquinista, o inspetor de tração do depósito e o chefe de equipa de material - e a absolvição do operador de material por entender que este não tinha o poder de decidir sobre qual a melhor atuação, tendo obedecido a ordens do seu superior hierárquico.

O agente da PSP, Paulo Oliveira Monteiro, viajava no comboio com destino a Lisboa no dia 6 de janeiro de 2003, tendo sido atingido na face por uma peça, com perto de quatro quilos, que se soltou da composição que se cruzou com o comboio em que seguia.

Essa composição levava uma carruagem que tinha desligado o sistema de freio devido a uma avaria que tinha que ser reparada nas oficinas do Entroncamento e que foi "remediada" com arames.

Os mandatários dos quatro funcionários da CP acusados de crime de ofensa à integridade física por negligência grave, passível de uma pena de prisão até dois anos ou multa até 240 dias, pediram a absolvição dos arguidos, alegando que estes atuaram dentro dos seus conhecimentos e que o dano provocado não era previsível, dado que nunca acontecera antes.

No julgamento que se iniciou em 2008, a CP surge não como arguida mas como defesa na parte do pedido cível.

Paulo Monteiro, atualmente a trabalhar na esquadra da PSP do Porto, sofreu já mais de 40 intervenções cirúrgicas, no esforço de reconstituição do seu rosto, que tem vindo a decorrer na clínica brasileira de Ivo Pitanguy.

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