Tratamentos inovadores para a Hiperplasia Benigna da Próstata

O diagnóstico de Hiperplasia Benigna da Próstata aumenta com a idade, acontecendo sobretudo por volta dos 50 anos. Sabendo que existem 1,2 milhões de homens, com mais de 51 anos de idade, em Portugal, o que devemos fazer para tratar este problema?
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Tratar os sintomas obstrutivos e irritativos da Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) implica na maioria dos casos a necessidade de tratamento. Para tal, existem várias abordagens, desde fármacos a cirurgias mais ou menos invasivas. Perante queixas relacionadas com a urgência e com o esvaziamento ou a diminuição da força e do calibre urinário, é necessário ficar alerta. Estes não são problemas "normais da idade" e devem ser avaliadas pelo urologista.

Os tratamentos convencionais cirúrgicos até agora utilizados - como é o caso da cirurgia aberta, da laparoscópica, da ressecção endoscópica da próstata, do laser ou da enucleação - têm alguns efeitos secundários que não podemos ignorar, com alterações a nível da função urinária e sexual, com impacto na qualidade de vida dos doentes após o tratamento, para além de obrigarem a vários dias de internamento.

Existem muitos doentes na nossa consulta que procuram novas terapias que não comprometam a sua função sexual nem a continência, com períodos de recuperação curtos - o que já é felizmente possível.

Assistimos, nos últimos anos, ao aparecimento da técnica, minimamente invasiva, do Rezum - para o tratamento da HBP com bons resultados em próstatas de pequeno volume. Agora, com a rapidez da evolução tecnológica, a Aquablação vem tratar cirurgicamente o problema em qualquer volume da próstata, com bons resultados sem interferir na continência ou na parte sexual.

A Aquablação é o mais recente tratamento e utiliza a tecnologia de jacto de água de alta pressão, com uma precisão milimétrica, capaz de remover o excesso de tecido prostático que comprime a uretra e, consequentemente, acabar com os sintomas obstrutivos e irritativos do doente e com as dificuldades em urinar.

Este procedimento - controlado pelo cirurgião através de um sistema robótico, guiado por ecografia e cistoscopia em simultâneo - assegura, em tempo real, uma visão multidimensional da zona de tratamento. Esta visibilidade personaliza a intervenção cirúrgica à anatomia de cada doente, sendo o tecido prostático a remover pelo robô, delimitado com grande precisão.

A grande expansão desta técnica surge a partir de 2022, depois da publicação de um estudo em que foram tratados 275 doentes por 17 Centros Médicos de grande renome internacional dos Estados Unidos da América e Inglaterra. Este estudo comparou metade dos doentes operados por uma abordagem convencional com a outra metade tratados por Aquablação. E que conclusões trouxe? Percebeu-se que, ao fim de 5 anos, sendo os resultados cirúrgicos iguais, a vantagem da Aquablação está na manutenção da função sexual, no curto internamento e na recuperação.

Nos hospitais CUF Descobertas e CUF Tejo realizamos este procedimento rápido, eficaz e seguro, disponibilizando aos homens as vantagens da evolução que a Urologia tem vindo a registar.

Os tratamentos existentes permitem resolver com cada vez maior qualidade as queixas associadas ao aumento da próstata. Perante algum sintoma, não hesite em consultar um especialista.

Coordenador de Urologia do Hospital CUF Descobertas

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