Transportes de doentes não urgentes podem parar

As associações de bombeiros admitiram hoje, no congresso extraordinário da Liga dos Bombeiros Portugueses, em Caldas da Rainha, paralisar o transporte de doentes não urgentes se o Governo não alterar as novas regras do serviço.
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O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Soares, afirmou à agência Lusa que os 500 responsáveis por corporações de bombeiros "aprovaram e agendaram para 18 de agosto uma concentração de viaturas no Porto, Coimbra, Lisboa e Faro", com o intuito de protestar contra as novas regras do transporte de doentes não urgentes.

O responsável adiantou que, se os bombeiros continuarem a não ser ouvidos pelo Governo, "vão paralisar totalmente o transporte de doentes não urgentes, com exceção dos doentes de hemodiálise, cancro e agudos".

Em causa está a nova lei, que introduziu novas regras e que impede que o transporte seja feito nas habituais ambulâncias de transporte de doentes e passe a poder ser feito em viaturas ligeiras de nove lugares "mais baratas, sem condições e qualidade e sem profissionais qualificados".

Com a quebra previsível nas receitas oriundas desse serviço, Jaime Soares alertou que o socorro em Portugal está comprometido e que as associações de bombeiros podem abrir falência.

"Os bombeiros não conseguem pagar mais de metade dos salários a quem trabalha a tempo inteiro nas corporações, combustíveis e reparações de viaturas e, sem o transporte de doentes não urgentes, o socorro fica absolutamente comprometido", explicou.

No congresso, os bombeiros decidiram "reivindicar uma nova lei de financiamento destas associações, em que cada uma receba por ano 10 mil euros".

Questionado sobre a presença de tantos congressistas num fim de semana de grandes incêndios no país, Jaime Soares esclareceu que os participantes foram "na sua maioria membros da direção das associações e alguns quadros de comando".

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