Trabalhadores da Preh Portugal, na Trofa, contestam dez horas de trabalho aos sábados

Várias dezenas de trabalhadores da empresa alemã de componentes eletrónicos Preh Portugal, hoje em greve entre as 13:00 e as 15:00, manifestaram-se frente à companhia, na Trofa, contra as dez horas de trabalho aos sábados propostas pela administração.
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Em declarações à agência Lusa, Miguel Moreira, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente (Site) do Norte, disse que os trabalhadores encararam como "uma provocação" a proposta da Preh Portugal de transformar os dois sábados mensais de trabalho, de cinco horas cada, num sábado com dez horas de duração.

Para os trabalhadores, que reclamam o fim do trabalho ao sábado, trata-se de uma proposta "duplamente penosa" que apenas veio "inflamar a luta" que iniciaram em 08 de março, com uma greve entre as 13:00 e as 15:00.

De acordo com Miguel Moreira, entre os trabalhadores efetivos, a greve de hoje teve "uma adesão fortíssima", tendo a empresa mantido a laboração, mas "com muitas dificuldades em algumas linhas" de produção.

Contactada pela agência Lusa, a administração da Preh Portugal não se mostrou disponível para fazer comentários.

Na base dos protestos dos grevistas estão ainda os salários praticados na empresa alemã, reclamando os trabalhadores aumentos superiores aos dos últimos seis anos, que, segundo o sindicato, foram de 1% em média.

O sindicato insurge-se também contra a precariedade laboral que diz vigorar na empresa, assegurando que "mais de 50%" dos cerca de 600 trabalhadores "são temporários", apesar de a companhia ter "todas as condições para ter todos os trabalhadores numa situação de efetividade".

Adicionalmente, denuncia o Site Norte, a empresa decidiu este ano atribuir uma "compensação salarial única de 30 euros aos funcionários", além de "praticar uma bolsa de horas ilegal", o que, acusou, "contribui para uma diminuição ainda maior do valor dos salários".

No pessoal afeto à produção, o sindicato avança que "o salário médio praticado na empresa é de cerca de 720 euros", assegurando que nos últimos seis anos a empresa "teve condições para aumentar os salários na ordem dos 4%".

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