Torre de Belém: o ponto de partida e de chegada das Festas de Lisboa'15
É dentro do Tejo que, às 22.00 do dia 30 de maio, vão começar as festas que, este ano, evocam o 500.º aniversário do início da construção da Torre de Belém. Numa viagem por cinco séculos de história em que não serão esquecidos os 40 anos da independência dos países africanos colonizados por Portugal, a companhia francesa Ilotopie vai recriar alguns acontecimentos da aventura nacional. A narrativa do Quinhentos, a cargo de 13 atores, terá como cenário seis obras de arte projetadas no monumento nacional e como banda sonora composições originais interpretadas pela Banda da Armada e os Beatbombers e as vozes do Coro Infanto-juvenil da Universidade de Lisboa.
O espetáculo tem entrada livre, à semelhança da maioria dos eventos que dão forma à programação das Festas de Lisboa'15, divulgada esta quarta-feira na Galeria Avenida da Índia, em Belém. O destaque vai para a rubrica "Se Há Festa, Há Música", que traz concertos para (quase) todos os públicos. Do pop/rap dos D.A.M.A ao cosmopolitismo do Lisboa Mistura - que inclui também sessões gastronómicas -, passando pelo incontornável Fado, a oferta é diversificada e não esquece alguns dos eventos que tradicionalmente animam os miradouros e jardins da cidade: o Festival Coral de Verão, o Com'Paço - VIII Festival de Bandas de Lisboa - e o Faz Música Lisboa!.
Este ano, as atuações ao ar livre invadem ainda as escadarias mais ou menos sinuosas da cidade. Ao todo, são quatro os projetos propostos por criativos de todo o país que foram selecionados pela Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), organizadora das festividades, e que passam pela instalação de uma ponte temporária na Fonte Luminosa da Alameda D. Afonso Henriques, pela existência de um coro no acesso ao Panteão Nacional que aguarda que quem passa ouse ser maestro, a decoração com bandeirinhas enfeitadas com o rosto dos moradores na escadaria de acesso ao Miradouro da Rocha Conde de Óbidos e a animação de DJ's nos degraus do Miradouro de São Pedro de Alcântara. O percurso animado pelo Aqueduto das Águas Livres completa a rubrica "Andar em Festa" que, este ano, não contempla o Fado nos Elétricos.
A ausência é significativa, mas não tanto como a presença da tradição maior da folia alfacinha: os arraiais, o concurso das marchas populares e os Casamentos de Santo António. A partir de 3 de junho e até ao final do mês, são mais de duas dezenas os locais em que vai ser impossível fugir ao aroma a sardinha assada. Já a 12 de junho, véspera do feriado alfacinha, o santo casamenteiro dá, durante o dia, a sua bênção a 16 casais, enquanto à noite 22 marchas, 20 das quais a concurso, desfilam na Avenida da Liberdade. Antes, a 5, 6 e 7, o Meo Arena (antigo Pavilhão Atlântico) é palco do primeiro despique dos bairros da capital.
Cinema, teatro - incluindo o Teatro das Compras, nas lojas históricas da Baixa -, exposições, competições desportivas e iniciativas literárias completam a programação que pode ser consultada na totalidade no site das Festas de Lisboa'15 , que voltam a ter a sardinha como imagem de marca. O encerramento das festividades será assinalado com o espetáculo Voz e Guitarra, que, ao longo de duas noites, vai juntar 26 músicos nacionais no exterior da Torre de Belém. É a 3 e 4 de julho, a partir das 22.00. A entrada é livre.