Começou com uma cantina na sede da Altice no Fórum Picoas e agora tornou-se agora num espaço expositivo para a coleção de Arte Contemporânea da Fundação Altice. A exposição, intitulada de Todo o Visível Vem do Invisível, vai estar patente a partir desta quarta-feira até setembro no Fórum Picoas..Todo o Visível Vem do Invisível, que junta obras de 19 artistas portugueses, relembra a contemporaneidade dos anos 60 até o começo dos anos 2000 com fotografia, pintura e instalação..A exposição situa-se na antiga cantina da sede da empresa, que quis dar a conhecer ao público o património artístico que pertence à Fundação. "Nós o que fazíamos era expor em pequenos núcleos pelo país todo e agora vamos trazer novamente a visibilidade da nossa coleção", disse Ana Estelita Mendonça, a diretora executiva da Fundação Altice, em conversa com o DN. .Ao entrar na exposição, a obra que o público vê é a de Helena Almeida, apelidada de Estudo Para um Enriquecimento Interior, que junta fotografia com pintura. Em seis fotografias, a artista vai engolindo a pintura de imagem para imagem. "Isto representa o enriquecimento interior, fazendo com que a pintura seja absorvida como se fosse uma frame, como se fosse uma situação fílmica", explicou Adelaide Duarte, a curadora, durante a visita de imprensa..Já o título da exposição Todo o visível Vem do Invisível está ligado à obra de Jorge Martins. Este artista evoca na sua obra o poeta alemão Novalis através de duas citações que fazem parte da obra, juntando também apenas duas cores: o azul e o vermelho. No seu centro encontra-se uma linha de luz chamada de "acidente".."Acho que a leitura que o Jorge Martins está a oferecer vai ao encontro da ideia que eu queria mostrar que as obras nos oferecem diferentes leituras e faz-nos pensar o que a obra significa", disse a curadora em conversa com os jornalistas..A obra de Pedro Cabral Santos, Deep Blue (A Secrete Emotion), também exposta liga a tecnologia e a arte numa instalação que desenha na parede um submarino que se está a afundar. Esta é uma referência aos submarinos da segunda guerra mundial..Ao longo da exposição, estão presentes obras de artistas que marcaram a arte contemporânea entre os anos 70 e 80 como Alberto Carneiro, Álvaro Lapa, Helena Almeida e Jorge Martins e artistas mais recentes como Mafalda Santos, Pedro Cabral Santo, entre outros. As obras ligam-se pelas questões que levantam desde questões do corpo, da natureza e do abstrato. "O objetivo da coleção era realmente ter artistas marcantes e depois autores mais recentes que expandiram as novas linhas de trabalho", diz Adelaide Duarte. .Todo o Visível Vem do Invisível termina com a obra em vídeo de Alexandre Estrela, Lazy Eye, que se baseia no movimento dos olhos..O espaço da galeria está aberto ao público às terças e quintas. Os visitantes podem descarregar um guia virtual, através de um código QR em cada um das peças..A Fundação detém cerca de 200 obras, que irão passar neste espaço de forma rotativa em diferentes exposições, olhares e curadores. Vão estar patentes duas exposições por ano na sede da Altice..A diretora executiva da Fundação Altice referiu em conversa com o DN que pretende utilizar ainda o antigo espaço das cozinhas na sede da empresa para dedicar a um novo espaço artístico que irá ligar a arte e tecnologia, um dos pilares da fundação.