Todo o plantel do Vitória de Setúbal de quarentena
Todos os jogadores da equipa principal do Vitória de Setúbal ficaram na manhã desta sexta-feira em casa, de quarentena, adiantou ao DN fonte oficial dos sadinos.
Para a manhã estava agendada uma sessão de treino que poderá eventualmente realizar-se durante a tarde, mediante os resultados da avaliação levada a cabo pelo departamento médico. Às 14.30, o treinador dos vitorianos, o espanhol Júlio Velázquez, vai falar em conferência de imprensa no Estádio do Bonfim.
De acordo com o presidente, Vítor Hugo Valente, os sadinos têm 20 jogadores com a virose ou com sintomas, a saber: João Meira, Sílvio, Carlinhos, José Semedo, Artur Jorge, Éber Bessa, Brian Mansilla, Nabil Ghilas, Nuno Valente, Hachadi, Makaridze, Bruno Pirri, André Sousa, Jubal, Hildeberto Pereira, Zequinha, Nuno Pinto, Mano, Milton Raphael e Leandrinho.
Como os vitorianos têm 36 jogadores inscritos na Liga, teriam apenas 16 disponíveis para a partida com deste sábado com o Sporting, sendo que a maioria deles são da equipa de sub-23 que, curiosamente, tem jogo marcado também para sábado frente ao Estoril.
O Vitória de Setúbal está dependente da boa vontade do Sporting para conseguir adiar o jogo entre as duas equipas marcado para sábado às 20.30, no Estádio do Bonfim, a contar para a 16.ª jornada da I Liga, devido a um vírus que está a afetar 20 futebolistas do plantel principal dos sadinos. Os leões já responderam que não estão disponíveis para adiar a partida e, à luz dos regulamentos, a Liga nada pode fazer nem tem autoridade para decidir contra uma das partes. Ou seja, só perante um recuo do Sporting o jogo pode ser adiado.
Os leões assumiram, em comunicado, que não estão disponíveis para o adiamento da partida, o que de acordo com o regulamento de competições da Liga inviabiliza desde logo que haja uma remarcação do jogo. "Tem de haver a concordância dos dois clubes para que o jogo possa ser adiado, de acordo com o regulamento", assumiu ao DN Emanuel Calçada, especialista em direito desportivo, acrescentando que "o regulamento não prevê situações como aquela por que passa o Vitória".
Fonte da Liga confirmou ao DN que o adiamento do jogo terá sempre de passar por um entendimento entre os dois clubes, conforme está estipulado nos regulamentos, e que num caso desta natureza o organismo que rege as competições profissionais de futebol tem uma "função de mediação, de falar com os dois clubes e perceber se pode haver um entendimento". Ou seja, nesta situação particular, a entidade presidida por Pedro Proença nunca irá tomar uma decisão por sua livre iniciativa. Numa nota oficial enviada às redações ao final da tarde, a Liga garantiu que recebeu o pedido do V. Setúbal e a oposição do Sporting, informando que fez diligências "junto dos dois clubes com vista à solução da questão e verificando que estes não chegam a um consenso, o adiamento não está em condições de ser determinado".
O artigo 46.º do Regulamento de Competições relativo a "jogos adiados ou interrompidos devido a caso fortuito ou de força maior", estabelece que quando não se verifiquem condições para que um jogo se inicie, este terá de realizar-se nas 30 horas seguintes, a não ser que, segundo a alínea a), "ambos os clubes acordem a respetiva realização ou conclusão em outra data". Este artigo fala, no entanto, em situações "de força maior", o que na opinião de Emanuel Calçada "não é enquadrável" neste caso dos sadinos, mas sim "em casos excecionais, como por exemplo de catástrofes ou tragédias".
Os sadinos, através do seu presidente, advogaram que sugeriram à Liga que o jogo fosse remarcado para as datas correspondentes às meias-finais da Taça de Portugal, uma vez que os dois clubes já foram eliminados dessa prova, marcados para os dias 4 e 6 de fevereiro (a primeira mão) e 11 e 13 de fevereiro (a segunda mão).
Neste caso, o artigo 42.º, no seu ponto 2, diz que "os jogos das competições oficiais adiados no decurso da primeira volta têm de ser realizados obrigatoriamente no decurso das seis semanas que se seguirem à data inicialmente fixada para o jogo, salvo casos de força maior devidamente comprovados e reconhecidos pela Liga Portugal". Neste caso, não haveria qualquer impedimento legal, caso o Sporting aceitasse o adiamento, o que não foi o caso.
Já esta sexta-feira, o Vitória de Setúbal acusou o Sporting por, "de forma hipócrita e cínica, disponibilizar o seu departamento médico".