Título à vista? Rosberg já nem precisa de vitórias para se sagrar campeão

Alemão venceu no Japão e alargou para 33 pontos avanço sobre Hamilton (3.º em Suzuka). Mercedes é campeã de construtores
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Eterno segundo classificado dos últimos anos no Mundial de Fórmula 1, Nico Rosberg chegou, por fim, à posição mais privilegiada: já não precisa de ganhar mais corridas para se sagrar campeão do mundo, pela primeira vez. O piloto alemão, da Mercedes, venceu ontem o Grande Prémio (GP) do Japão, alargou a vantagem sobre o britânico Lewis Hamilton, seu colega de equipa, e ficou com o título à vista: basta-lhe ser 2.º nas últimas quatro provas do ano para poder festejar, 34 anos depois do pai, Keke Rosberg.

O presidente não-executivo da Mercedes, Niki Lauda, já estende a passadeira vermelha a Rosberg: "Se as coisas correrem dentro da normalidade - não existirem problemas com os monolugares - o Lewis não tem hipóteses de alcançar o Nico", admitiu, após o GP japonês, o dirigente austríaco, antigo campeão mundial de F1 (1975, 1977, 1984). Mas, de qualquer forma, a equipa alemã já pode celebrar: ontem garantiu a conquista dos títulos mundiais de pilotos e de construtores pelo terceiro ano consecutivo.

Essas contas ficaram fechadas no circuito de Suzuka, onde Nico Rosberg - que partira da pole position - dominou do princípio ao fim. O alemão somou a 23.ª vitória da carreira (nona da temporada e quarta nas últimas cinco corridas), ao concluir o GP do Japão em 1:26.43,333 horas, com 4,978 segundos de avanço sobre o holandês Max Verstappen (da Red Bull), e 5,776 sobre Hamilton. O britânico arrancou mal (caiu de segundo para oitavo) e, apesar do forcing final sobre Verstappen, não conseguiu ir mais além.

Esse desfecho - somado ao 6.º lugar do australiano Daniel Ricciardo (da Red Bull) - ajudou a resolver (ou clarificar) as contas dos títulos mundiais. O de construtores é da Mercedes: mesmo que fizesse dobradinhas nas corridas que faltam, a Red Bull (385 pontos) já não conseguiria apanhá-la (588). E o de pilotos também irá para um dos flechas de prata pela terceira época consecutiva, pois Ricciardo (3.º da tabela, com 212 pontos) já não está em condições de se intrometer entre Rosberg (313) e Hamilton (280).

Agora, a vantagem é do germânico, de 31 anos, que - após duas épocas como personagem secundária nos triunfos de Mercedes e de Hamilton - parece ter finalmente o título à vista. Com 33 pontos de avanço sobre o colega (cada vitória vale 25, cada segundo lugar 18 e cada terceiro 15), Rosberg pode gerir a vantagem nas últimas quatro corridas da temporada - EUA (dia 23), México (dia 30), Brasil (a 13 de novembro) Emirados Árabes Unidos (27 de novembro). Mesmo que o britânico vença todas as provas, basta ao alemão ser segundo (numa até poderia ser terceiro) para amealhar pontos suficientes para ser campeão

"São 33 pontos, mas não estou focado nisso. Ainda falta muito para acabar o campeonato", disse Nico Rosberg, após a corrida, preferindo focar-se no "fim-de-semana fantástico" vivido no circuito de Suzuka. Contudo, a tendência é clara: o alemão está em vias de ser compensado pelos anos de dedicação à Mercedes - desde o regresso das flechas de prata à F1 (em 2010, após 55 anos de ausência) que está na escuderia, deu-lhe o primeiro pódio, a primeira pole e a primeira vitória nesse período, mas foi quase sempre ofuscado pela presença de Michael Schumacher (de 2010 a 2013) e de Lewis Hamilton (de 2014 em diante...).

"O Nico fez um grande trabalho e está de parabéns", disse Hamilton. Desde que foi novamente ultrapassado por Rosberg (no mês passado, após o Grande Prémio de Singapura), o britânico tem feito críticas veladas às condições dadas pela Mercedes... mas não vira a cara à luta. "Vou dar tudo o que tenho até final da época e veremos o que acontece", diz o piloto, de 31 anos, que venceu os Mundiais de 2014 e 2015, à frente do germânico.

De resto, a única certeza é de que não pode haver campeão no próximo Grande Prémio, só no seguinte (México), se o alemão vencer e Hamilton ficar abaixo do segundo lugar em ambos. Caso aconteça, Nico imita o pai Keke Rosberg, campeão mundial em 1982. Antes, só os Hill (pai Graham e filho Damon) juntaram títulos de F1 na mesma família.

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