Telefónica recusou pedido da PT para extensão do prazo

A Portugal Telecom (PT) anunciou hoje que solicitou formalmente à Telefónica "uma extensão definitiva do prazo de validade da oferta" pela sua participação na Vivo até 28 de Julho, acrescentando que já foi informada da recusa da empresa espanhola.<br />
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Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a PT destaca que "com vista a permitir continuar a trabalhar para alcançar uma solução positiva, o Conselho de Administração deliberou ontem [sexta feira] solicitar formalmente à Telefónica uma extensão definitiva do prazo de validade da Oferta até 28 de Julho de 2010".

"Não obstante as negociações que foram mantidas em relação à referida extensão definitiva, a Telefónica informou a Portugal Telecom em 17 de Julho de 2010 [hoje] da sua decisão de não aceitar o pedido do Conselho de Administração da PT para uma extensão final da validade da Oferta", que "expirou assim pelas 23:59 do dia 16 de Julho de 2010", acrescenta no documento enviado à CMVM.

Na primeira comunicação ao mercado após a Telefónica ter retirado a sua oferta de compra da participação portuguesa na brasileira Vivo, por 7,15 mil milhões de euros, a PT realça que "as negociações com a Telefónica decorreram de uma forma construtiva e o Conselho de Administração da PT tem estado empenhado em que as mesmas sejam concluídas de um modo que satisfaça os interesses de todas as partes".

O pedido da PT para o prolongamento do prazo foi feito a César Alierta, o presidente do grupo espanhol, através de um fax a que a Lusa teve acesso, enviado às 23:39 de sexta feira, 20 minutos antes do final do prazo da oferta da Telefónica pela participação da PT na brasileira Vivo.

A resposta da Telefónica, enviada hoje por fax, e a que a Lusa teve também acesso, limita-se a recordar que os termos e condições da oferta de compra da brasileira Vivo terminaram.

"Como foi comunicado verbalmente antes do final do prazo da oferta, confirmamos por este meio que, de acordo com os termos e condições, expirou a 16 de julho de 2010 às 23:59 (hora de Lisboa)".

A Telefónica retirou hoje a sua oferta de compra de 50 por cento da Brasilcel, detida pela empresa espanhola e pela Portugal Telecom, que é proprietária de 60 por cento da brasileira Vivo, por 7,15 mil milhões de euros, em comunicado enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV), a que a Lusa teve acesso, mas que ainda não foi publicado por aquela entidade.  

Segundo essa comunicação, a Telefónica desiste da sua oferta, por recusa do Conselho de Administração da Portugal Telecom dentro do prazo fixado, que terminou à meia noite de sexta feira.

A 30 de Junho e, apesar de a maioria dos accionistas (74 por cento) da PT ter dado luz verde ao negócio, o Estado português usou a 'golden share' (direitos especiais), pela primeira vez, para vetar a compra dos 50 por cento que a operadora tem na Vivo pela Telefónica, numa proposta revista em alta por duas vezes, chegando a 7,15 mil milhões de euros.

O Governo invocou "interesse nacional" para tomar esta posição.

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