O balanço positivo obtido no primeiro ano de participação do Team Portugal na A1 Grand Prix não se está a revelar suficiente para a manutenção do projecto e o mentor da equipa nacional, Luís Vicente, encara a possibilidade de suspender a participação da equipa nacional no campeonato, por falta de apoios, e viabilizar um Team Espanha..A Starzone, de Luís Vicente, detém o franchise de duas equipas na A1 GP, Portugal e Brasil. No entanto, se no caso da segunda já está assegurado o financiamento para as próximas épocas, no que diz respeito à equipa de Álvaro Parente, a situação afigura-se mais complicada. "Tenho de representar Portugal no campeonato durante os próximos quatro anos, mas não sei se vamos conseguir, porque o que aconteceu este ano foi extremamente negativo. Cheguei à conclusão de que as empresas não mostram muito interesse no projecto", diz Luís Vicente, referindo igualmente uma promessa, não concretizada de apoio por parte do Governo: "Tivemos uma audiência com o Sr. primeiro-ministro, há um ano, que nos manifestou o seu apoio. Depois com a secretaria de Estado do Desporto nada se concretizou." Com o deadline da decisão de participação, ou não, no campeonato de 2006/2007 situada em Julho, Luís Vicente admite que o Team Portugal poderá não ter condições para alinhar na competição e encara a hipótese de aquisição de um novo franchise para lançar uma equipa espanhola. ."Estou a considerar investir num franchise para Espanha, onde tenho já dois apoios que me garantem o projecto", afirma, apontando a falta de sponsors nacionais como factor de travagem para o Team Portugal. "Não posso continuar a sustentar este projecto sozinho. Digamos que quem tem de pagar as contas ao final do mês sou eu e é impossível continuar este esforço financeiro", justifica, revelando surpresa face à falta de visão das empresas portuguesas no que respeita à exploração de novas oportunidades de negócio: "Este ano, no paddock do A1 fizeram-se mais de 70 mil milhões de dólares de operações entre países. Para nós foi muito interessante fazer parte desse mundo, na perspectiva que temos de poder gerar mais valias. E para um país como Portugal penso que é importante estar nessa alta-roda, com a capacidade de contactar com investidores estrangeiros ao mais alto nível, que estão dispostos também a apostar no nosso país.".Luís Vicente diz que não baixará os braços na tentativa de manter Álvaro Parente e João Urbano em cena, mas não esconde apreensividade em relação ao futuro. "Estamos a trabalhar arduamente, a apresentar dossiers às maiores empresas nacionais para tentar cativar sponsors. Estamos a dar o nosso melhor", refere, reflectindo: "Será que o produto não é bom? Aí tenho as minhas dúvidas, porque se funciona nos outros países...".O nono lugar entre 25 concorrentes não se pode considerar um mau resultado, para a equipa portuguesa, neste primeiro ano do A1 Grand Prix - Taça das Nações. No entanto, o objectivo inicial do Team Portugal apontava para uma classificação final entre os seis primeiros. .Luís Vicente destaca alguns imponderáveis - como penalizações indevidamente aplicadas a Álvaro Parente - para o facto de a equipa não ter progredido um pouco mais na tabela. Mas refira-se que apenas seis pontos separaram a equipa do ambicionado sexto lugar. O n.º 1 da Starzone destaca "o excelente trabalho de Álvaro Parente" durante toda a época e aponta "o trabalho negativo da Carlin Motorsport" (a equipa técnica de assistência) como principal motivo contra a obtenção de melhores resultados. "Tivemos problemas de set-up em todas as provas", lembra, invocando a "falta de experiência dos engenheiros da Carlin na Fórmula 3000" (já que os chassis dos A1 são semelhantes aos da 3000), e as equipas com técnicos experientes nessa fórmula foram as que melhor se classificaram.