Tatiana Calderón, de 23 anos, foi a primeira mulher colombiana a correr num monolugar, a primeira a conquistar um título nos karts na América do Norte, a única a subir ao pódio na Fórmula 3 britânica e é agora a primeira colombiana a chegar à Fórmula 1... como piloto de testes - foi anunciada ontem oficialmente pela Sauber..A escuderia suíça, que já está no Grande Circo há 25 anos e que ajudou a lançar pilotos como Sebastian Vettel, Kimi Raikkonen, entre outros, pode agora servir também de rampa de lançamento para Tatiana Calderón. "Agradeço à Sauber poder trabalhar na Fórmula 1, uma oportunidade que me vai permitir ganhar experiência. É mais um passo para um dia poder concretizar o meu sonho de correr na Fórmula 1", disse a piloto, que vai conciliar o seu cargo na Sauber com as corridas na GP3 Series.."Aos 10 anos virei-me para os meus pais e disse-lhes: quero correr na Fórmula 1. Creio que na altura não deram grande importância ao que eu disse, mas mais tarde quando lhes disse que queria dedicar a minha vida a isto... a minha mãe quase caiu da cadeira", contou Tationa à CNN espanhola numa entrevista em 2016..Aos 18 anos deixou a Colômbia e foi viver para Madrid com o objetivo de se dedicar em exclusivo ao automobilismo. Desde então treina três horas por dia num ginásio para estar em forma e pratica em simuladores e nas pistas: "Sempre adorei a velocidade. É uma sensação incrível, estou ao comando e faço o que entendo.".Tatiana Calderón está consciente das dificuldades que vai sentir para ter sucesso num desporto controlado por homens: "Tem sido difícil, confesso. É um mundo para uma mulher se sentir respeitada, tanto pelos rivais como pelas outras pessoas com quem trabalhas.".A entrada da piloto colombiana na Sauber teve dedo de uma outra mulher, Monisha Kaltenborn, chefe de equipa da Sauber que está na escuderia desde 2000. "Estamos muito contentes por termos a Tatiana na nossa equipa. Acreditamos que vamos conseguir dar-lhe conhecimentos para que tenha no futuro uma carreira de sucesso no automobilismo", disse Monisha Kaltenbornm, ela que se tornou a primeira mulher a ser chefe de equipa de uma escuderia da Fórmula 1..A história das mulheres com passagens por este desporto não é propriamente de sucesso. Em 2014, Susie Wolff quebrou um jejum de 22 anos sem mulheres ao volante num fim de semana de corrida, ao realizar um treino livre no Wiiliams de Valtteri Bottas no Grande Prémio de Inglaterra. A última tinha sido a italiana Giavanna Amati, no Brasil, em 1992, que tentou sem sucesso classificar-se pela escuderia Brabham. A italiana Lella Lombardi, em 1976, foi a última mulher a disputar uma corrida de Fórmula 1 e a única a conseguir pontuar - foi sexta classificada no Grande Prémio da Espanha e somou 0,5 pontos..A pioneira foi a italiana Maria Teresa de Filippis, que, entre as temporadas de 1958 e 1959, se inscreveu em cinco corridas e largou apenas em três, tendo como melhor resultado um 10.º lugar no Grande Prémio da Bélgica de 1958.