A 15 de Agosto de 1998, um carro armadilhado com 225 quilos de explosivos explodiu em Omagh, causado a morte de 29 pessoas e duas centenas de feridos. Foi o atentado terrorista mais sangrento da Irlanda do Norte e surgiu poucos meses depois da assinatura dos Acordos de Sexta-feira Santa, que punham fim a três décadas de conflito. Ontem, o único homem acusado da autoria do atentado foi declarado inocente por um juiz, que criticou a actuação da polícia. .Reginald Weir considerou que alguns investigadores eram culpados de "decepção deliberada e calculada" e indicou que a transcrição do julgamento vai ser entregue ao provedor da polícia. Ao ler o veredicto, o juiz falou numa "situação disturbante exposta pela defesa", depois de não ter ficado convencido sem "dúvidas razoáveis" que foi o electricista Sean Hoey, de 38 anos, o responsável pelo fabrico da bomba. .Durante todo o processo, que durou mais de um mês, o arguido tinha sempre dito que era inocente. O atentado foi reivindicado na altura por um grupo dissidente do Exército Republicano Irlandês (IRA, na sigla em inglês) que se opunha ao processo de paz - o IRA-verdadeiro. .Os familiares das vítimas estavam ontem verdadeiramente chocados e decepcionados. "A minha família e eu pensamos que Sean Hoey foi um dos responsáveis do atentado de Omagh, mas não o podemos provar", afirmou Victor Barker, um advogado que perdeu o filho de 12 anos. .Até hoje, só uma pessoa foi condenada pela "cumplicidade" com os atentados: Colm Murphy recebeu 14 anos de prisão, mas um tribunal de recurso decidiu que terá de ser novamente julgado.|- S.S. com agências