Fernando Garcia sempre teve cuidado com a sua saúde oral, mas a rapidez com que criava cáries era assustadora. E nem a escovagem rápida ou o uso de fio dentário o ajudavam. Por isso, volta e meia, «em vez de tratar de um dente, acabava por perder mais um. Principalmente os que se encontravam escondidos». Este cenário não lhe causou grandes transtornos até se ver sem um dente da frente. «Não podia ficar desdentado», salienta este reformado da função pública. Numa consulta de rotina, o médico avisou-o de que seria necessário recorrer à ajuda de um aparelho para endireitar a arcada e arranjar espaço para colocar implantes. De início, «não fiquei muito convencido. Não conseguia abstrair-me dos meus 63 anos e de como seria gozado pelos meus amigos. Mas a adaptação não foi assim tão difícil. Agora reconheço que foi a melhor opção». Confiante do passo que deu está também Maria Chatre, quando aos 64 anos, e por opinião médica, optou por um aparelho fixo com brackets metálicos. «Tinha os dentes da frente muito separados e tive de os corrigir para colocar implantes. Reagi sempre com naturalidade, pois não gostava de me ver assim. Por vezes é necessário fazer sacrifícios para nos sentirmos bem.» O tratamento já conta com um ano e deve prolongar-se por mais seis meses. Durante este período, a empresária ressalva que nunca ficou envergonhada por causa da sua estrutura de ferrinhos e até já conseguiu convencer alguns dos seus amigos a seguirem-lhe os passos.Ter um sorriso digno de uma estrela de cinema implica, quase sempre, pequenas correcções. Se até há pouco tempo os aparelhos pareciam pertencer apenas ao universo infantil, hoje a realidade é bem diferente. Mas por que razão cada vez mais os adultos se rendem ao aparelho? «Os dentes passaram a funcionar como uma imagem de marca. Deixaram de ser relegados para segundo plano e a fazer parte de uma acção integrante da saúde», refere Sandrine Ferreira. Embora o quadro seja positivo, para esta ortodontista, directora clínica da Style Clinics, estão a pagar-se os erros do passado: «Temos muitos doentes desdentados pelo facto de se ter optado durante muito tempo pela extracção em vez da recuperação. Com o passar dos anos, somos chamados a intervir para endireitar a dentição e criar espaço para o implantologista colocar um novo dente.» Esta é apenas uma situação entre tantas outras. Os adultos, além de quererem recuperar espaço e alcançar um bom alinhamento dentário, evitar o apinhamento ou prevenir problemas de mastigação, ou de articulação da mandíbula, também pretendem livrar-se de outras maleitas. «Imagine o que é uma pessoa passar anos com dores de pescoço ou de cabeça sem saber a verdadeira causa? A boca influencia tudo. E quando alguém com 50 anos resolve usar aparelho durante 24 meses tem de sentir uma enorme gratificação no final do tratamento», diz Sandrine Ferreira. .Moda ou nem por isso?Se os adultos, numa primeira impressão, até podem sentir alguma repulsa pela aplicação do aparelho, os jovens encaram esta situação como algo que a curto prazo irá melhorar a sua auto-estima. Ponto. Assim, durante longos meses, por mais que olhem para o espelho e só encontrem semelhanças com a Betty Feia, sabem que a personagem tem uma vida breve. Depois disso, saem sempre a ganhar. E conseguir abrir a boca sem preconceitos é um grande privilégio. Talvez por isso seja cada vez mais frequente ver miúdos e graúdos com aparelhos e elásticos às cores. Será que estamos perante uma moda? Os especialistas garantem que não. Fernando Mesquita Gabriel, odontopediatra, salienta que as pessoas «aperceberam-se de que com as técnicas e os tratamentos adequados podem melhorar a sua qualidade de vida, bem como a aparência». Opinião corroborada por Sandrine Ferreira que, de acordo com a sua experiência, garante: «Os doentes numa idade avançada aceitam esta ideia como um melhoramento da saúde e não por uma questão estética. Caso contrário, recusariam.»Certo é que há quem o faça por gosto. Eurenice Silva, natural de São Paulo, Brasil, desde criança que esperava pelo dia em que colocaria um aparelho. Mas a falta de possibilidades económicas dos pais exigia-lhe calma e tempo de espera. Aos 8 anos era frequente «retirar a tampa metálica dos pacotes de leite, moldá-la a seu gosto e aplicar pequenas tiras à volta dos dentes». Esta brincadeira prolongou-se até aos 16, altura em que arranjou o primeiro emprego e teve direito a uma estrutura metálica a sério. «Até tinha os dentes pouco tortos, mas eu achava aquilo o máximo» e nem piadas como «lá vem a ferragem» ou «cuidado com a electricidade» retiravam magia ao seu sonho. Hoje, aos 33 anos, e a residir em Portugal há seis, confessa que durante um período da adolescência chegou a usar aparelho apenas a pedido de um amigo dentista. «Na altura já não precisava, mas como ele queria promover uns brackets novos, voltei a usar. Trabalhava no seu consultório e fazia publicidade ao novo produto.» Nice, como é tratada pelos amigos, quase compara esta prática a uma tatuagem. Algo que faz parte do seu corpo e com o qual conseguiria viver para sempre. Mas sabe que não pode abusar por muito mais tempo. Ana Prista, assessora de imprensa, também não acredita em tendências e acha inacreditável quem defende que é sexy. «De facto, já ouvi essa versão, mas para mim está nos antípodas do que pode ser considerado atraente.» No entanto, aos 33 anos, resolveu usar aparelho para endireitar o sorriso. O espanto entre os amigos foi geral, pois nunca tinham notado que um dente da frente se sobrepunha ao do lado. Para Ana, a situação é outra: «O dente vampiresco era a parte visível do problema. Sempre tive os dentes um bocadinho tortos e a arcada desalinhada. Já em criança tinha usado um modelo mais rudimentar, daqueles que se punham e tiravam, mas teve pouco resultado. Até porque só o usava na presença da minha mãe.» Com os avanços na área da ortodontia e com a perspectiva de ficar com «a boca arrumadinha» ganhou um novo alento para lidar com os complexos. Muitos. «Durante e após as refeições, quando me ria, punha a mão à frente da boca, não fosse estar lá um bocado de espinafre pendurado. Além disso, os inevitáveis perdigotos faziam-me corar de vergonha a toda a hora», recorda. Profissionalmente, também lhe valeu alguns constrangimentos, sobretudo nas semanas em que usou tensores que lhe afectavam a fala. «Durante esse período, os meus telefonemas começavam assim: “Boa tarde, sou fulana de tal e desde já peço desculpa. Ao contrário do que possa parecer, não estou a comer enquanto falo consigo, tenho um aparelho nos dentes...” Absolutamente ridículo.» Tratamento certoAlgumas pessoas, mesmo sabendo que ficarão com uma boca afinada e um sorriso irrepreensível, não têm boas histórias para contar. Não se trata de episódios constrangedores como o de Ana. É muito mais grave do que isso. Sara Batista colocou aparelho há dois anos para arranjar espaço para um implante e por saber que, depois de ter os dentes em ordem, até os lábios ficariam mais perfeitos. «De início, confiava na médica assistente, mas no decorrer das consultas esta revelou-se bastante insegura na forma de trabalhar. Eu tinha dois dentes cruzados no maxilar inferior e, ao tentarem endireitar-me a boca, ocorreu um desnível da arcada. Resultado: comecei a ter dores de ouvidos associadas a uma má oclusão severa», conta a produtora de fotografia. Ainda pensou processar a profissional, mas achou mais sensato resolver o problema e mudar de especialista. «Na Faculdade de Medicina Dentária encontrei uma médica que se dispôs a ajudar-me no seu consultório particular, mas com um aviso: teria de esperar, no mínimo, mais oito meses para começar a ver efeitos.» Seguiu os conselhos à risca. Actualmente, Sara está a ser bem acompanhada, diz que está melhor, e reconhece que deveria ter pedido uma segunda opinião quando lhe foi feita a primeira abordagem sobre o assunto. Para evitar estes contratempos, Fernando Mesquita Gabriel defende que é importante haver um diagnóstico correcto do paciente «para que decida qual o melhor tratamento a realizar, em que idade deve começar e se este deve ser efectuado por várias fases ou, em casos extremos, recorrer-se à cirurgia». Entre os dois tipos de aparelhos disponíveis, fixos e removíveis, são os primeiros que vencem, quase sempre aliados aos brackets de metal. «Apesar de serem menos estéticos, são mais rápidos e, para um adulto, quanto menos tempo durar o tratamento, melhor», refere a ortodontista Sandrine Ferreira. No entanto, estes são também os mais usados pelas crianças, que muitas das vezes aproveitam as consultas mensais para mudar a cor dos elásticos. «Alguns até gostam de decorar a estrutura com as cores do seu clube ou da selecção nacional», conta o odontopediatra. Entre os modelos fixos, também se pode optar pelos brackets de cerâmica e transparentes, bem mais discretos, mas também mais frágeis, e os chamados aparelhos linguais, em que todos os apetrechos são colocados na face interna dos dentes. «São imperceptíveis, muito mais dispendiosos do que os convencionais e procurados sobretudo por quem a nível profissional não pode ter má imagem mas também não seria bem-visto se usasse aparelho», diz Sandrine Ferreira.O tempo durante o qual terá de usar «ferrinhos na boca» é variável e está associado ao tipo de tratamento e idade do paciente. No entanto, em casos normais, sem qualquer tipo de complicação e com aparelho fixo, pode demorar cerca de 24 meses. Após a remoção da estrutura, segue-se um novo passo: o uso de mantedores, que podem ou não ser removíveis. Por norma, e tal como descreve Fernando Mesquita Gabriel, são «colocados dentro dos incisivos e caninos inferiores mas, dependendo da natureza do caso, podem ser aplicados noutras zonas». Esta fase de manutenção é essencial para que não se verifiquem recidivas ou para não se perder parte do resultado obtido. Ana Prista sabe bem do que se fala. Depois de terminar o tratamento, devia usar um molde de silicone durante a noite, «apenas para a arcada superior, pois na inferior tinha uns arames de metal. Custou-me mais de quinhentos euros e partiu-se logo nas primeiras semanas de utilização». Como não quis voltar a gastar o mesmo valor, a correcção regrediu: «Foi muito sacrifício para um resultado quase imperceptível. Além disso, os meus dentes ficaram amarelados e frágeis, um deles caiu entretanto. Se soubesse o que sei hoje, teria gasto aquele dinheiro numas férias na ilhas Phi-Phi!» .Higiene precisa-se!Os aparelhos são bons, mas por si só não fazem milagres. Durante o tratamento, os seus proprietários devem ter um papel activo. Qual? Ter uma higiene oral irrepreensível e alguns cuidados com a alimentação, evitando manchas, cáries ou gengivites. E nesta matéria a ortodontista Sandrine Ferreira é implacável: «Aviso sempre os meus doentes de que a falta de limpeza é razão suficiente para retirar o aparelho e dar por terminado o meu trabalho.» Por isso, no dia em que iniciam esta batalha, as pessoas saem do consultório com um kit que contempla uma escova com cerdas salientes e uma concavidade para ajustar melhor à boca; uma pasta com mais flúor do que as normais; um líquido para bochechar e silicone para o caso de alguma peça estar a magoar. Sara Batista confessa que optou por elásticos de cor, pois «além de serem mais femininos não escurecem com a utilização». Tem cuidado e diz que nunca desenvolveu nenhuma cárie: «Até agora, noto que os dentes estão bem, mas quando retirar o aparelho quero fazer um branqueamento.»A falta de cuidado e uma inadequada manutenção por parte do paciente poderá levar «à quebra, deslocamento, descolamento dos aparelhos conduzindo a um prolongamento do tratamento e à obtenção de resultados menos satisfatórios», refere Fernando Mesquita Gabriel, ao mesmo tempo que avisa que a nível da alimentação devem evitar-se pastilhas elásticas, caramelos, rebuçados, gomas, alimentos duros como fruta crua, nozes, amendoins, avelãs, pipocas, azeitonas e roer ossos ou gelo. A juntar a estes cuidados, o odontopediatra adianta que os refrigerantes com gás também são para ficar de lado, pois «possuem um químico que dissolve os cimentos usados na colagem dos aparelhos.» Ana Prista sempre foi cuidadosa e cumpriu à risca estas restrições. No entanto, durante dois anos e meio, nunca se habituou a ficar com pedaços de comida presos ao aparelho. Após almoços de trabalho passava horas trancada nas casas de banho a «tentar retirar aquela lasca de carne que não sai nem com a escova de dentes nem com o fio dentário. Bochechava com elixir todas as noites, com o pânico de ter mau hálito, e sonhava com o dia em que pudesse fazer uma destartarização». .Cuidados com crianças A consulta com o ortodontista deve ser realizada assim que os pais detectem algo que não lhes pareça correcto ou quando são alertados pelo profissional que acompanha a criança. Caso não haja problemas de maior, o ideal é levar o seu filho a uma consulta por altura do nascimento do primeiro dente de leite. «Serve para fazer uma observação da cavidade oral e detectar potenciais problemas que poderão ser corrigidos na altura apropriada. Aproveita-se também para discutir com os pais as medidas de higiene e explicar o desenvolvimento em termos orais», explica Fernando Mesquita Gabriel. Hábitos como chuchar na chucha ou no dedo também podem originar problemas de mau posicionamento dentário e dos maxilares, obrigando a uma intervenção urgente. Para o odontopediatra aquilo que leva a maioria dos pais a irem ao seu encontro prende-se, acima de tudo, com «preocupações de apinhamento dentário (dentes tortos); situações de prognatismo mandibular (a criança apresenta o maxilar inferior mais desenvolvido do que o superior, ou vice-versa, dando a sensação de que a criança tem os dentes superiores muito salientes e projectados para a frente) e os que pretendem corrigir o alinhamento dos dentes em geral».Actualmente, os miúdos já vêem com bons olhos o uso do aparelho, até porque o mais provável é que algum colega de turma também o use. Ao serem confrontados, questionam apenas se vai doer, quanto tempo terão de o usar, se precisam de extrair algum dente e se podem comer e beber tudo a que têm direito. «Normalmente vêm muito bem informados e não têm qualquer tipo de preconceito. Os complexos surgem normalmente pela situação inversa. Ou seja, o jovem reconhece que tem um problema que o afecta e em alguns casos pode levar a episódios de baixa auto-estima, mas não tem acesso a um tratamento adequado», frisa Fernando Mesquita Gabriel.De facto, para estas pessoas o sorriso vale ouro. Literalmente. Os tratamentos de ortodontia implicam um grande consumo de materiais e consultas periódicas, traduzindo-se em custos bastante elevados e fora do alcance de todos aqueles que precisam. «Portadores de síndromes, malformações e casos de pacientes com fenda palatina, em que o tratamento ortodôntico é absolutamente essencial, deveriam ser encarados de forma diferente pelo Serviço Nacional de Saúde», alerta o odontopediatra. O artigo n.° 67, segunda série, publicado em Diário da República a 6 de Abril de 2009, veio regular o funcionamento do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral no que respeita à prestação de cuidados personalizados, preventivos e curativos, ministrados por profissionais especializados, prevendo a atribuição de cheques-dentista a grávidas e a idosos seguidos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), bem como a crianças e jovens com menos de 16 anos [ver caixa]. No entanto, os tratamentos ortodônticos, como refere o coordenador do programa, Rui Calado, «não estão contemplados no pacote de cuidados suportados pelo sector público, o que também não acontece na grande maioria dos países europeus. Nesse caso, o encarregado de educação terá de solucionar a questão recorrendo ao sector privado, a seguros ou a subsistemas de saúde, como se passa com os familiares próximos dos funcionários públicos, dos bancários, dos funcionários de telecomunicações, dos militares, das forças policiais, entre muitos outros». Provavelmente, muitas das crianças sem possibilidades económicas terão de ficar com os dentes em stand-by e esperar que o futuro lhes sorria… sem complexos. .Programa Nacional de Promoção de Saúde OralEnquanto alguns não olham a custos e tornam real o sonho de corrigir os dentes tortos, maxilares proeminentes ou ganhar espaço para colocar implantes, à maior parte da população portuguesa não é garantido o acesso aos cuidados de saúde oral. Daí o número elevado de jovens com cáries e de adultos desdentados. Para tentar mudar esta realidade, o SNS criou o Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral que pretende assegurar serviços preventivos e curativos através de técnicos especializados a crianças, grávidas e idosos. Como? Atribuindo cheques-dentista. .CRIANÇASSão beneficiárias as crianças e jovens em meio escolar da rede pública e instituições particulares de solidariedade social (IPSS). Tendo em conta a cronologia da erupção dentária, e proposta uma intervenção prioritária nas coortes das crianças com: 7 anos, na condição de já se ter verificado a erupção dos primeiros molares; 10 anos, na condição de já se ter verificado a erupção dos pré-molares, em ambos os casos podem ser atribuídos até dois cheques-dentista, não podendo o valor anual ultrapassar os oitenta euros; 13 anos, na condição de já se ter verificado a erupção dos segundos molares, podem ser atribuídos até três cheques-dentista, não podendo o valor anual ultrapassar os 120 euros. Rui Calado, coordenador do programa, esclarece algumas dúvidas relativamente aos menores.Como se desenrola o processo para que as crianças obtenham um cheque-dentista? É a escola que selecciona e os encaminha para o centro de saúde?A iniciativa é do centro de saúde. O gestor local do programa articula-se com o agrupamento de escolas, com o qual elabora um plano de operacionalização de procedimentos. Na sequência desse contacto são elaboradas as listas das crianças a abranger (em função do critério idade). Em seguida, o gestor providencia a emissão de cheques no centro de saúde e, de acordo com o definido com o agrupamento de escolas, os cheques são entregues aos professores ou aos directores de turma, que os fazem chegar aos respectivos encarregados de educação.No centro de saúde são observadas por quem?As crianças com cheque-dentista não são observadas no centro de saúde. O encarregado de educação escolhe na lista nacional de médicos aderentes (ww.saudeoral.min-saude.pt/sisoral/pnpso/) o especialista que entender e marca a consulta pelo telefone ou directamente no consultório.É realizada triagem?Nos centros de saúde, com a higienista oral, é realizada uma triagem prévia nas escolas, sendo as crianças livres de cárie encaminhadas para a consulta de higiene oral do centro de saúde, até que todas as vagas dessa consulta estejam preenchidas. A partir daí, todas as outras crianças da área de influência desse centro de saúde serão enviadas para o médico dentista. Qual o papel do Ministério da Educação?No processo de referenciação dos alunos para consultas com profissionais de saúde oral, o Ministério da Educação e as suas estruturas locais são o principal parceiro do Ministério da Saúde, pela colaboração indispensável ao processo, que se traduz na disponibilização da listagem dos alunos a abranger e na elaboração/implementação de um plano operacional anual, tendo em vista a acessibilidade de todos os alunos das escolas públicas e IPSS às referidas consultas e envolvimento em todas as iniciativas de promoção da saúde oral e prevenção da cárie dentária em meio escolar, de enorme impacte a nível de saúde oral das crianças e adolescentes que as frequentam..GRÁVIDASNa gravidez, as alterações hormonais podem provocar o aparecimento ou o agravamento de algumas infecções ou problemas da boca. É necessário que durante os noves meses de gestação se reforce os hábitos de higiene. Se vai ser mãe e está a ser seguida na consulta pré-natal do Serviço Nacional de Saúde, podem ser-lhe atribuídos até três cheques-dentista, não podendo o valor por cada gravidez ultrapassar os 120 euros. Seguindo as explicações que o Ministério da Saúde passou ao utente, tome nota:Como é que a mulher grávida pode beneficiar destes cheques?Deve dirigir-se ao centro de saúde, onde o médico de família irá encaminhá-la para a saúde oral e, nesse caso, disponibiliza-se o primeiro cheque-dentista.Tem sempre direito a três cheques?Se o estomatologista/médico dentista que escolher considerar necessário efectuar vários tratamentos, de acordo com o plano estabelecido na primeira consulta, terá direito a dois ou três cheques, a utilizar até sessenta dias após a data prevista para o parto ou da data efectiva do mesmo. Que tratamentos estão contemplados?Tratamentos preventivos, restaurações, desvitalizações, extracções, destartarizações e alisamentos radiculares. Pode mudar de médico entre consultas?Não, durante a gravidez deve manter o mesmo estomatologista/médico dentista. Os cheques podem ser considerados como um complemento para pagamento de tratamentos?Não, os cheques pagam os tratamentos que o estomatologista/medico dentista considerar necessários efectuar, desde que incluídos no plano de tratamento..IDOSOSNesta fase da vida, a higiene oral deve merecer toda a atenção, principalmente nos pacientes que usam próteses dentárias. São beneficiários deste projecto todas as pessoas que usufruam do complemento solidário para idosos, às quais podem ser atribuídos até dois cheques-dentista, não podendo o valor anual ultrapassar os oitenta euros. Seguindo as explicações que o Ministério da Saúde passou ao utente, tome nota:Como é que o idoso pode beneficiar destes cheques?Deve dirigir-se ao centro de saúde, onde o médico de família irá encaminhá-lo para a saúde oral e, nesse caso, disponibiliza-se o primeiro cheque-dentista. Tem sempre direito a dois cheques?Se o estomatologista/médico dentista que escolher considerar necessário efectuar vários tratamentos, de acordo com o plano estabelecido na primeira consulta, terá direito a dois cheques, a utilizar num período de 12 meses, contando a partir da data de emissão do primeiro cheque. Os cheques pagam todo o tipo de tratamentos?Tratamentos preventivos, restaurações, desvitalizações, extracções, destartarizações e alisamentos radiculares.Os cheques podem ser utilizado para pagamentos de próteses?Não podem. No entanto, os beneficiários do complemento solidário para idosos têm direito a benefícios adicionais de saúde que incluem, entre outros, o reembolso até 75 por cento da despesa na aquisição e reparação de próteses dentárias removíveis, com um limite máximo de 250 euros, por cada período de três anos. Deve assinar os cheques?Sim, deve assinar os cheques para confirmar a realização dos respectivos tratamentos. E se não souber escrever?Comprova a realização dos tratamentos através da sua impressão digital. Pode mudar de médico entre consultas?Não, durante um período de 12 meses terá de manter o mesmo médico.