Sócrates assinala dia "histórico" com o fim da estrada da morte

Publicado a
Atualizado a

A auto-estrada que liga Aveiro a Vilar Formoso ficou ontem completa com a abertura do último lanço de 30,9 quilómetros entre Boa Aldeia (Viseu) e Mangualde. Ao todo, são 172,4 quilómetros que atravessam os distritos de Aveiro, Viseu e Guarda, em regime de portagem virtual (Scut), sem custos para o utilizador.

O primeiro-ministro, José Sócrates, presente na cerimónia que assinalou o fim de 19 anos de pesadelo do fatídico IP5, afirmou que este era um dia "histórico", pondo fim a dois erros: "Corrige-se o erro de não ter uma ligação de auto-estrada na nossa principal ligação à Europa e coloca-se um fim no erro que era uma ameaça à segurança dos portugueses", disse.

"Este é uma sinal claro de solidariedade dos portugueses para com o interior do País", assinalou Sócrates, descartando, para já, a possibilidade de cobrar portagens" nesta rodovia "até esta zona do país se desenvolver". Ainda assim, antes da cerimónia, alguns membros da Comissão de Utentes Contra as Portagens da A25 colocaram tarjas em vários viadutos e perto da tenda onde se realizaram os vários momentos protocolares, reafirmando a necessidade de não haver portagens. "Vale e vale a pena lutar", era a frase de ordem desse protesto silencioso.

O líder do Governo socialista quis ainda assinalar a "dupla satisfação" por ter tido "a sorte de acompanhar este projecto desde o início", quer na tomada de decisão (1998), na celebração do contrato de concessão (2001) e agora na inauguração. "Desde 1998 a 2006, vários governos se sucederam, mas todos eles investiram nesta obra. A estabilidade da política pública verificou-se com diferentes cores políticas." A redução dos índices de sinistralidade, conseguida desde a abertura dos diversos lanços da A25, foi a tónica dominante de ontem.

Sinistralidade baixou

José Sócrates lembrou que, se em 1995 Portugal era, de entre os 25 países da União Europeia, o que apresentava maior número de mortos por milhão de habitantes, em 2000 já era o terceiro pior e, em 2005, o décimo pior. Também o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, se congratulou com a diminuição dos acidentes, dizendo que mais de 600 quilómetros de auto-estradas estão, actualmente, a ser pensados. Mário Lino referia-se designadamente à continuação do IC12 (Mangualde/Santa Comba Dão, em fase de projecto de execução), ao IP2 (Celorico da Beira/Macedo de Cavaleiros, em projecto) e à conclusão da A24, prevista para o ano.

Lino referiu que, desde Março de 2005, o Governo investiu 1846 milhões de euros, o que se traduziu na abertura de 353 novos quilómetros de rede. Ontem, foi ao som do trecho Primavera de Mozart que centenas de convidados viram as imagens de construção da A25. Esta linha recta faz parte da concessão do grupo AENOR e designa-se Auto-Estrada Beiras Litoral e Alta.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt