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Faz hoje 12 anos, nas páginas deste mesmo jornal era publicada uma reportagem sobre o baile de debutantes. Numa noite inesquecível, na Quinta da Penha Longa, em Sintra, 48 meninas das melhores famílias de Portugal foram apresentadas pelos pais à sociedade.

Joana Balsemão, Joana Amaral, Madalena Lancastre, Diana Cadaval, Mariana Van Zeller, Matilde Horta e Costa, Ana e Carmo da Câmara Pereira, Rita Stilwell, Sofia Brion, Bárbara Leitão, Marta Aragão Pinto, Caetana Corrêa de Barros? Nuns nervos de ensaios durante três meses para que o compasso da valsa saísse direito.

Uma trabalheira de vestidos e penteados e convites aos parentes e amigos. As meninas muito risonhas. As mães muito nervosas. Os pais muito comovidos. O príncipe Eduardo de Inglaterra sem perceber patavina mas sem perder a compostura. O duque de Bragança, ainda solteiro, a abrir o baile com Maria Barroso. E o secretário de Estado da Cultura desse tempo, Pedro Santana Lopes, já no fim da festa, a confessar-se comovido ao ver as meninas entrarem na sala pelo braço do pai, antecipando o dia em que também ele levaria a filha a debutar.

A maior parte das meninas que debutaram nessa noite são hoje senhoras casadas e mães de filhos. Quando se lhes fala no baile, ficam com uma lagriminha a brilhar, cai que não cai, no canto do olho. "Ai o meu debute! Que noite! Ainda outro dia fui dar com essas fotografias num armário?"

Doze anos que parecem uma eternidade. E não aqui, mas noutro país, noutro mundo, noutro lugar qualquer. Acabaram-se os bailes de debute. As meninas de branco, os pais comovidos, as mães nervosas. Os príncipes europeus que o Prémio Infante Dom Henrique convidava para a ocasião também já casaram. Alguns engordaram imenso, estão irreconhecíveis.

Estas fotografias parecem de outro planeta. Sem televisão, sem vedetas efémeras, sem celebridades fugazes e figuras públicas instantâneas.

Coa breca! Doze anos depois? é tudo tão diferente.

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