Sexta, 22. O Expresso anunciou: "Relatório das Secretas Militares sobre Tancos arrasa ministro". Engalinhei com o "arrasa", palavra que de tão abusada por jornalista é água chilra. Mas havia as maiúsculas em Secretas Militares, o que dizia que certo serviço de informações militares deu cabo do ministro dos militares. Eh lá! Sábado, 23. Manchete do Expresso: "Relatório explosivo sobre Tancos arrasa poder político e militar". Novo "arrasa" e o gosto bombástico de juntar explosivos com paióis... Mas, vá lá, as citações do tal relatório eram de coronel reformado que foi estudar Sociologia em universidade da terceira idade. Converseta. Felizmente o jornal não deu as 63 páginas, pela amostra o assunto já não era o relatório mas o segredo daquelas "secretas". Ao princípio da tarde, no online do Expresso: "Passos: 'Temos de comprar o Expresso para saber o que se passa no país?'" Ui, este tipo de pub deve ter um nome e este não deve ser simpático para quem pôs o isco (e se vangloria) e quem engoliu o anzol (e a cana)... Chegaram os desmentidos: nenhuma autoridade recebera o tal bitaitório. Ao fim da tarde, Expresso online: "O Expresso e o relatório sobre Tancos: documento existe e é verdadeiro". Um bulldozer existe e é verdadeiro e arrasa um ministro, mas pesa toneladas. A questão é: qual o peso da assinatura do relatório? Népias... Domingo, 24. Expresso online, título: "Marcelo ficou preocupado com relatório sobre Tancos, mas já não está". A questão era: e o Expresso não ficou preocupado com isso? Segunda, 25. Diretor do Expresso, à Renascença: "O Expresso vai publicar muito mais informação não só sobre este relatório, mas sobre a investigação que está em curso." Por favor, não. Por agora, digam só o nome, pode ser só a sigla da tal Secreta Militar. Um gajo de Alfama que tem um primo que esteve para ir para a tropa não serve. Organismo oficial, da secreta e militar, ok?