O Sporting de Braga arrancou um empate, sem golos, no Parque dos Príncipes, na primeira mão dos oitavos-de-final da Taça UEFA. O resultado, à primeira vista, não é mau, bem pelo contrário, contudo, depois do jogo é preciso dizer que este Sporting de Braga só se pode queixar da sua falta de audácia. Um golo em Paris, que não esteve tão longe como isso, daria alguma margem à equipa de Jorge Jesus que, recorde-se, veio da Intertoto e agora disputa uma posição nos quartos-de-final da competição. .A primeira parte dos bracarenses foi deliciosa. Ocupação de espaços perfeita, concentração defensiva e onze franceses completamente atrodoados pela dinâmica, pelo futebol revelado pelo seu antagonista. Rentería - sempre com a evidente pecha da finalização -, Leone e Alan tiveram oportunidades para visar a baliza parisiense. Mas sempre mais uma finta, mais um passe, mais uma lateralização prejudicavam a jogada, toda ela bem desenhada até ao último terço. .Os franceses pouco fizeram nos primeiros 45 minutos. Uma desilusão, quando sabemos que o principal clube da capital francesa está a fazer uma das melhores temporadas dos últimos anos e tem nas suas fileiras futebolistas como Makelele, Giuly, Luyindula e Mateja Kezman. .O segundo tempo foi diferente, o que levou, por vezes, Jorge Jesus à loucura. O Sporting de Braga - ontem com um avançado e um falso ponta-de-lança, Jorginho - baixou as linhas, esperou pelo PSG e tentou dinamizar o seu ataque a partir de uma zona recuada do terreno. .Disto aproveitou-se o PSG, mais perigoso com Giuly e Hoarau, primeiras futebolistas saídos do banco, e Kezman, última cartada lançada por Paul Le Guen, técnico que já esteve nos planos do Benfica. .Aos 52 minutos, uma estupenda intervenção de Eduardo, que até aí tinha-se limitado a duas ou três saídas atentas, permitiram ao Sporting de Braga manter o zero na sua baliza. Porém, o lance do encontro deu-se dez minutos mais tarde quando Rothen (jogador que defrontou o FC Porto na final da Liga dos Campeões, pelo AS Monaco, em 2003/2004) enviou a bola ao poste com Eduardo e os dois centrais, Leone e Rodríguez, totalmente batidos. .Essa jogada deu azo a um período de enorme sofrimento por parte da equipa portuguesa. O PSG pressionava e os bracarenses defendiam-se como podiam. .A 15 minutos do fim terminou o gás parisiense e os minhotos reequilibraram a partida. .Verdade seja dita que as alterações efectuadas por Jorge Jesus também surgiram no momento certo. Mérito ao técnico bracarense, que agora vai ter que encontrar uma fórmula que permita ao Sporting de Braga continuar a espantar a Europa do futebol, dentro de uma semana quando receber o PSG. Mas a tolerância é mínima, porque um golo sofrido significará um forte revés nas aspirações bracarenses..Uma última nota para o árbitro italiano Matteo Trefoloni. O caseirismo deste senhor foi de um nível altíssimo. Em caso de dúvida sempre contra o Sporting de Braga, sempre a favor do PSG.