Seis anos depois, os problemas de coordenação por falta de informação subsistem, mas podem ser resolvidos já este mês, com a estreia da Plataforma de Interoperacionabilidade de Informação Criminal (PIIC). .A existência de várias tutelas e multiplicação de forças e serviços de segurança que produzem informação diversa, a inexistência de uma cultura de partilha de informações, "associada à competição" entre as polícias, e a falta de interoperabilidade entre as infraestruturas tecnológicas são apenas algumas questões levantadas pelo IPRI. Face a esta conclusão, em 2009 foi aprovada a lei para a criação de uma Plataforma de Interoperacionabilidade de Informação Criminal, na qual cada polícia tem acesso à informação por níveis, de acordo com as suas necessidades profissionais. A plataforma deverá ser inaugurada já este mês, garantiu ao DN fonte do PSD. .Uma medida essencial, segundo o major da GNR Pedro Moleirinho: "Considerando o nosso Sistema de Segurança Interna, devem ser aprimorados os mecanismos de coordenação e colaboração, sendo imprescindível a partilha consequente da informação, utilizando plataformas assentes nas tecnologias de informação.".Os casos em que, no terreno, se notou a falta de cooperação (ver exemplos ao lado) são gritantes. "Há confusões inacreditáveis e não é um problema do Conselho Superior de Segurança Interna, é um problema de terreno, a nível distrital", disse ao DN o ex-ministro da Administração Interna Ângelo Correia, que tem participado em diversos estudos. Mais: "Quando comparado com os modelos policiais de outros países, Portugal é um caso isolado de expressão de paroquialismo." Os problemas colocam-se mesmo ao nível da formação de cada força. "Há formações tático-policiais para cada força e não há coordenação: o que uma sabe, a outra não pode saber." Por isso considera urgente a criação de uma entidade comum, na qual o sistema de informações deve ficar na estrutura da PJ, que considera a força de investigação criminal por excelência. ."Oficiais da PJ, da PSP e da GNR deviam verter a informação detalhada para esse sistema, que depois seria transmitido às autoridades policiais por níveis de acesso", disse. É nestes moldes que funcionará o PIIC, permitindo que numa investigação criminal possa haver informações das várias forças de segurança.