Sindicato estima adesão "acima dos 95%"em greve parcial na Prysmian/Celcat

Sintra, Lisboa, 30 abr 2019 (Lusa) -- Os trabalhadores da Prysmian/Celcat, no concelho de Sintra, terminam hoje uma greve de seis dias, em protesto pela falta de evolução negocial na revisão do acordo de empresa, com "uma adesão acima dos 95%", segundo informou fonte sindical.
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De acordo com Luís Santos, dirigente do Sindicato das Indústrias Elétricas Sul e Ilhas (SIESI), a paralisação de quatro horas por turno registou "uma adesão acima dos 95%" e, até ao momento, "não houve nenhuma alteração da parte da direção da empresa".

Os trabalhadores cumpriram greves parciais nos três turnos de laboração, desde 22 de abril, na maior empresa mundial de fabrico de fios e cabos elétricos, instalada em Morelena, no concelho de Sintra, distrito de Lisboa, terminando hoje a jornada de luta no período entre as 22:30 e as 00:30.

O dirigente do SIESI espera para ver o que a Prysmian/Celcat, com mais de 230 trabalhadores, vai responder a partir de quinta-feira às exigências de evolução nas negociações do acordo de empresa para 2019, remetendo novas eventuais formas de luta para um novo plenário.

Os trabalhadores reivindicam a correção do horário do primeiro turno, que a empresa não aceita, apesar de ter sido multada, na sequência de uma intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho, em 45 mil euros, mas os funcionários "continuam a fazer uma jornada de sete horas seguidas" sem descanso, denunciou Luís Santos.

O sindicato apresentou também uma contraproposta de "aumento salarial de 50 euros para cada trabalhador, quando a empresa propõe um aumento de 20 cêntimos por hora", frisou o sindicalista.

Os trabalhadores exigem ainda a reposição de vários "direitos que foram roubados", durante os anos da crise económica, relacionados com a majoração das férias, pagamento de horas extraordinárias e o tempo de descanso.

"A falta de melhorias nas condições de trabalho, bem como o aumento da exploração sobre os trabalhadores e o crescimento do custo de vida não são compatíveis com a posição da empresa", referiu, em comunicado, o SIESI.

Na ótica do sindicato, a multinacional tem condições para ir mais longe "e assumir outra posição na negociação, que valorize aqueles que todos os dias geram a riqueza dentro da empresa".

O sindicato notou que, em abril de 2018, após nove meses de greve, foi possível alcançar um acordo com a empresa, que estabeleceu, entre outras medidas, aumentos salariais, a redução do horário de trabalho em quatro horas e a eliminação do trabalho ao sábado.

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