Sensibilização para o reconhecimento rápido dos sintomas de enfarte e a forma de atuação correta

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O enfarte Agudo do Miocárdio (EAM) é uma das causas de morte prematura em Portugal. A efetividade do tratamento do EAM está estreitamente relacionada com a rapidez no acesso ao serviço de emergência médica e à estratégia de tratamento. Esta rapidez depende, em parte, do tempo que antecede a chegada ao hospital com capacidade para proceder ao tratamento do enfarte agudo do miocárdio - a angioplastia primária.

O resultado de um estudo realizado há cerca de 4 anos em Portugal constatava o fraco nível de conhecimento dos sintomas de EAM. Somente 24% das pessoas reconhecia corretamente os sintomas de enfarte. Isto, talvez explique que em 2010 somente um terço dos doentes com EAM ligava o número nacional de emergência médica - o 112. Verificava-se ainda que a mediana do tempo entre o início dos sintomas e o pedido de ajuda médica era de quase duas horas para os doentes com enfarte. Além disso, mais de metade dos doentes com EAM deslocava-se ao hospital pelos seus próprios meios de transporte, o que muitas vezes implicava chegar a um hospital sem angioplastia primária. Nestes casos, adivinhava-se, ainda, uma demora mais longa no transporte até ao hospital adequado.

Assim, a Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) lançou uma campanha pública - NÃO PERCA TEMPO. SALVE UMA VIDA - o enfarte não pode esperar - para a sensibilização e educação do doente, com as mensagens sobre os sintomas - dor no peito, associado a suores e náuseas podem ser sinais de suspeita de enfarte do miocárdio; e a necessidade de ligar de imediato o 112.

O doente deve ser educado e sensibilizado para a questão de que, no caso de suspeita de enfarte, é mais rápido e eficiente ser transportado pelo INEM do que ir pelos meios próprios para o hospital mais próximo, mesmo que seja só atravessar a rua. Deve ser consciencializado que ao ligar o 112 vai acionar um conjunto de ações em cadeia que vão confirmar o seu diagnóstico, conduzi-lo para o hospital adequado onde uma equipa de profissionais de saúde, previamente avisada, o aguarda para tratar atempadamente o enfarte. É fundamental que os doentes sejam informados de como o circuito está preparado para os tratar da melhor forma.

Após 5 anos, o balanço que se pode fazer desta campanha pública é bastante positivo. Verificou-se uma evolução positiva nos valores estudados, como a redução da percentagem de doentes com enfarte que recorre a centros de saúde ou a centros sem cardiologia de intervenção ou o aumento daqueles que ligam para o 112. Atualmente, 37% dos doentes ainda recorre a centros sem cardiologia de intervenção e 46% já chama o 112.

Estes resultados vêm reforçar a ideia de que a continuação e, até mesmo, a intensificação destas campanhas educacionais podem melhorar o prognóstico dos doentes com enfarte e desta forma contribuir-se para melhores resultados em Saúde a Nível Nacional.

Project Manager Stent for Life em Portugal

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