Senado paquistanês pede execuções públicas para abusadores sexuais de crianças

O Comité Permanente do Interior do Senado paquistanês pediu hoje o enforcamento em público para os condenados por abusos sexuais a crianças, depois do recente escândalo da violação e homicídio de uma menina de 7 anos, no nordeste do país.
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"As pessoas serão provavelmente dissuadidas a cometer um crime se o castigo for rápido, inquestionável e severo", refere-se em carta enviada ao Senado pelo presidente do Comité Permanente do Interior, Rehman Malik.

O responsável do opositor Partido Popular de Paquistão e ex-ministro do Interior afirmou que o objetivo é o de que o medo da punição, uma execução pública, evite que se cometam crimes tipificados contra crianças.

A proposta de Malik, aprovada pelo comité na segunda-feira, preconiza a inclusão de "enforcado em público" no artigo do Código Penal que penaliza com pena capital o sequestro e maus tratos a menores de 14 anos.

O pedido de alteração é também para o Código de Procedimento Criminal e o senador Talha Mehmood, membro do comité, confirmou à agência Efe que pediu ao Senado que permita uma votação da proposta de emenda da legislação.

Esta alteração surge na sequência do homicídio e violação de uma menina de 7 anos na cidade de Kasur, no nordeste do Paquistão, que comoveu o país e provocou protestos violentos, nos quais ocorreram duas mortes e vários feridos.

Nessas manifestações de protesto, alguns dos participantes pediram a execução pública do alegado culpado pela morte de Zainab Ansari, detido na terça-feira, identificado como Mohammed Imran, suspeito de homicídio de outras sete menores, de um total de 12 assassinadas em Kasur, no último ano.

A rapariga desapareceu nos primeiros dias de janeiro deste ano quando se dirigia para uma casa próxima, para estudar o Alcorão. Os pais encontravam-se na altura em peregrinação na Arábia Saudita.

O corpo de Ansari foi encontrado em 09 de janeiro, num caixote do lixo, disse o oficial da polícia Imran Nawaz Khan, acrescentando que a menina foi raptada, violada e assassinada.

Em março de 2016, o Paquistão converteu em delito criminal os abusos sexuais a menores e a pornografia infantil, após um escândalo de pedofilia em Kasur, em que 19 menores foram fotografadas e figuraram em vídeos.

Organizações não-governamentais e ativistas acreditam que o país carece dos mecanismos para prevenir ou fazer frente à violência contra crianças.

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