Semana de Moçambique mostra dança e cinema

A coreografia Gold, de Rui Lopes Graça, pela Companhia Nacional de Canto e Dança de Moçambique, e o documentário Kuxa Kanema: O Nascimento do Cinema, de Margarida Cardoso, vão ser apresentados a partir de 22 de junho, em Lisboa.
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O espetáculo de dança, nos dias 24 e 25 de junho, às 21:00 horas, e o filme, a exibir no dia 22 de junho às 21:00 horas, integram a programação do Teatro Camões que será dedicada durante uma semana à cultura moçambicana.

Além da exibição de Kuxa Kanema: O Nascimento do Cinema (2003), está prevista uma conversa do público com a presença da realizadora, Margarida Cardoso, a diretora da Cinemateca Portuguesa, Maria João Seixas, e o subdiretor José Manuel Costa.

O documentário mostra o trabalho do Instituto Nacional de Cinema (INC), primeira ação cultural do governo moçambicano logo após a independência, em 1975, criado pelo novo presidente, Samora Machel, para usar a imagem na construção da nova nação socialista.

As unidades de cinema móvel vão a partir dessa altura mostrar por todo o país a mais popular produção do INC: o jornal cinematográfico Kuxa Kanema, "com imagens do povo para serem mostradas ao povo".

O INC foi quase destruído por um incêndio em 1991, "só restando do edifício salas e corredores abandonados onde alguns funcionários esperam pacientemente a reforma. Num anexo apodrecem, esquecidas, as imagens que são o único testemunho dos onze primeiros anos de independência, os anos da revolução socialista", refere a sinopse do filme.

A realizadora Margarida Cardoso usou estas imagens e as declarações das pessoas que as filmaram para seguir o percurso do ideal para um país.

Nos dias 24 e 25 de junho será apresentada, em estreia nacional, a coreografia Gold, criada por Rui Lopes Graça, com música de João Lucas, interpretada pela Companhia Nacional de Canto e Dança de Moçambique.

O ponto de partida é constituído pelas duas gravações históricas do pianista Glenn Gould das Variações Goldberg, de Bach, cujo olhar sobre a partitura se foi transformando ao longo de 26 anos.

O coreógrafo, que fez uma residência em Moçambique, pediu aos intérpretes para procurar um momento importante na sua vida que se situasse a 26 anos de distância, e surgiram "histórias arrebatadoras", segundo um texto de Rui Lopes Graça sobre o projeto.

"As aparentes agruras, dúvidas, contradições e incapacidades, não deixam abafar este tesouro comum que é a vida. Gold é uma celebração da vida e da esperança", conclui o coreógrafo.

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