De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, o custo de fazer um seguro contra um 'default' do Brasil, uma das medidas usadas para avaliar a confiança dos investidores na capacidade de um país honrar os seus compromissos financeiros, subiu para o valor mais alto desde dezembro de 2015..Ao mesmo tempo, o custo destes 'credit default swaps' ficou mais barato para a Turquia e África do Sul no mesmo período, acrescenta a agência de informação financeira..O Presidente do Brasil, Michel Temer, enfrenta uma grande crise política após terem vindo a público denúncias sobre o seu alegado envolvimento em crimes de corrupção delatados por executivos da empresa JBS..O chefe do Estado brasileiro também pode perder o seu cargo se uma ação que corre no Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) destituir e condenar a candidatura conjunta com a ex-Presidente Dilma Rousseff, que venceu as presidenciais em 2014..Nas últimas semanas, várias manifestações de rua têm juntado milhares de pessoas que exigem a realização de novas eleições diretas no Brasil..As agências de 'rating' desceram também a avaliação da qualidade do crédito soberano, considerando que a incerteza e a instabilidade política deverão atrasar as reformas de que o país precisa para sair da recessão e relançar a economia..Para os investidores, no entanto, o Brasil pode até ser um destino apetecível para investir, considerou o diretor executivo do Credit Suisse Brasil, José Olympio Pereira..Durante uma conferência em São Paulo, o banqueiro considerou que há há sinais de otimismo, e que os investidores estrangeiros estão dispostos a correr o risco no Brasil já que beneficiam de condições favoráveis nos mercados internacionais..Na mesma linha, o líder do banco de investimentos JP Morgan no Brasil, José Berenguer, considerou que as acusações contra Temer fizeram descer o preço dos ativos brasileiros, o que tornou o investimento mais apelativo..Para este banqueiro, as reformas de que a economia precisa recolhem um consenso nacional e não fazem parte da agenda de um Presidente ou de um Governo, o que as torna mais fácil de implementar..Se as reformas não forem aprovadas este ano, o Governo que sair das eleições do próximo ano poderá implementá-las com mais apoio, concluiu o banqueiro.