São Martinho em Penafiel estreia procissão em honra do padroeiro "por vontade do povo"

A feira centenária de São Martinho, de Penafiel, integra este ano, pela primeira vez, "por vontade do povo", uma procissão em honra do padroeiro, que destacará a imagem setecentista do santo, disse hoje fonte religiosa.
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"É tão somente a vontade do povo, porque São Martinho é o santo do povo", comentou Paulo Jorge, pároco de Penafiel, em declarações à Lusa.

A ideia da procissão, explicou, partiu da comunidade, em concreto do "grupinho das Janeiras", que foi prontamente "acarinhada e entusiasmada" pela paróquia.

"É interessante que a procissão tenha nascido da vontade do povo, porque o São Martinho é muito o santo do povo aqui em Penafiel, à volta das castanhas e do vinho", acrescentou.

Para o padre de Penafiel, "esta devoção ao São Matinho e à sua imagem é a expressão genuína do sentir do povo".

O São Martinho, anotou o pároco, tem sido ao longo de séculos uma festa e uma feira popular, mas a devoção dos fiéis é enorme e, por isso, "a alegria e o agrado" que esta novidade tem provocado na cidade.

A ideia da procissão foi também bem-recebida pela Diocese do Porto, "como expressão desta feira popular, deste sentir e desta piedade popular que aqui vai acontecendo e assim ganha este brilho maior", exclamou.

A procissão vai começar após a missa das 10:00, que se vai celebrar na Igreja Matriz, onde está a imagem do padroeiro, no dia de São Martinho, que é feriado municipal em Penafiel.

À Lusa, o pároco falou ainda da expetativa que se sente na comunidade face à vontade de ver evoluir, pela primeira vez, nas ruas da cidade, um andor com a imagem do padroeiro de Penafiel.

"É uma imagem muito bonita, com uma expressão muito humana e muito terna do São Martinho. É uma imagem digna e muito bela", concluiu.

A Feira de São Martinho começa na sexta-feira e vai prolongar-se até ao dia 20 de novembro.

Manda a tradição secular da festa que os visitantes, oriundos de vários pontos do país, provem as castanhas assadas em inúmeros magustos espalhados pela cidade, acompanhadas pelo vinho novo, verde tinto, servido em canecas de barro por várias adegas da região, que disputam entre si quem tem o melhor "néctar".

Cerca de 500 feirantes vão vender os seus produtos, de vários tipos, em tendas montadas nas principais artérias, à multidão que obriga a fechar o centro histórico à circulação automóvel.

APM.

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