Brasil. Dois actores que dão corpo aos protagonistas da nova novela da SIC revelam experiências."Vi uma mulher ser executada na rua", conta Márcio Garcia .O choque cultural entre o Ocidente e o Oriente vai ser realçado na novela brasileira Caminho das Índias, que se estreia na SIC dia 16. Dois indianos, Raj (Rodrigo Lombardi) e Bahuan (Márcio Garcia), vão disputar Maya, encarnada por Juliana Paes. .Como foi mergulhar no mundo indiano? "Tivemos um workshop de dois meses intensos, oito horas por dia para a cultura, relacionamento interpessoal, religião e história indiana. Foi fundamental para chegar à Índia e não nos assustar-mos com o inusitado", explicou Rodrigo Lombardi no intervalo de uma gravação de cena na cidade cenográfica da Globo, no Rio de Janeiro..O actor está a gravar nos cenários que reproduzem Jaipur, a capital do Estado do Rajastão, na Índia, onde são filmadas todas as cenas de exterior da telenovela, excepto as que foram gravadas na própria Índia. Aí, "o que mais gostei foi o entrar em contacto com certos valores esquecidos na cultura ocidental - do respeito e da hierarquia familiar. Aqui, por exemplo, costumamos abandonar o mais velho, mas lá um velho é importante. O desapego material e uma maior ligação ao celestial são outros valores importantes", reforçou.."A Índia é como estar noutro planeta, não há nada igual. Eu fiquei fascinado com aquele país. As pessoas são muito conformadas com aquele karma das castas Eles têm orgulho nos seus karmas", contou Márcio Garcia, que explicou um lado diferente da forma de convívio do povo daquele país: "Os indianos têm um carinho enorme entre os homens, que aos nossos olhos seria considerado gay. Eles abraçam-se, tocam-se e beijam-se. Vê-se polícias de mão dada na rua. Depois percebe-se que é uma carência, porque eles não podem fazer carinhos às mulheres". Outro episódio a que assistiu foi mais dramático. "O oriente tem uma relação com a religião muito visceral. As pessoas não cedem nesse assunto. Aos olhos daquela religião, um indiano não quer conviver com uma pessoa de outra crença. E quem não aceita as castas é recusado socialmente. Eu vi uma execução de uma mulher na rua, porque bebeu água de um poço que era de uma casta diferente da dela. Foi morta à pedrada. A vida lá é muito diferente", concluiu Márcio Garcia. - O jornalista viajou a convite da SIC