Reportagem sobre resultados combinados promete abalar Australian Open
Uma reportagem da BBC promete abalar o Australian Open, o primeiro Grand Slam da época, que esta segunda-feira começa em Melbourne. A televisão britânica e o site BuzzfeedNews prometem revelar, terça-feira, documentos de uma investigação, que remonta a 2007, e que revela "indícios fortes" da existência de resultados combinados na elite do ténis mundial.
Segundo a BBC há provas de que "16 jogadores no top 50 do ranking ATP têm sido repetidamente flagrados" a cometer o crime desde 2008 e sem punição. E adianta mesmo que, oito desses tenistas, estão entre o grupo de 32 que hoje começa a jogar o Australian Open. Mais. Três dos jogos combinados aconteceram em Wimbledom, um dos mais importantes a nível mundial, e até já houve vencedores de Grand Slam envolvidos. E sem que a Integrity Unit Tenis (TIU), que vigia o ténis a nível mundial, os punisse, apesar de ter "uma abordagem de tolerância zero para a corrupção relacionada com apostas".
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A denúncia partiu de um grupo de pessoas ligadas ao ténis, que quis permanecer no anonimato, e passou os documentos à BBC, que decidiu não publicar o nome dos jogadores envolvidos, "porque sem o acesso ao telefone e registos bancários não é possível determinar se eles podem ter sido pessoalmente responsáveis pela viciação de resultados e apostas ilegais". Algo, que, lembram, o TIU pode exigir a qualquer tenista profissional.
Os documentos incluem os resultados de uma investigação de 2007 da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), que investigou uma atividade suspeita de apostas envolvendo um jogo de Nikolay Davydenko e Martin Vassallo Arguello, por exemplo.
Mark Phillips, um dos investigadores, disse à BBC, que descobriu que havia atividade de apostas suspeitas repetida sobre um grupo específico de jogadores: "Havia um núcleo de 10 jogadores que nós acreditávamos serem os perpetradores mais comuns, os que estavam na raiz do problema."
A Associação Europeia da Segurança no Desporto, que monitoriza as apostas para as principais casas de apostas, sinalizou mais de 50 partidas suspeitas ao TIU em 2015, mas disse desconhecer se tiveram seguimento.