O fracasso das negociações entre a Renault-Nissan e a General Motors (GM) abre portas a uma eventual aliança entre a construtora franco- -nipónica e a Ford, que durante as conversas entre as três marcas mostrou interesse em analisar uma possível aliança com a Renault-Nissan. .Após três meses e meio de reuniões, os dois grupos decidiram dar por terminadas as negociações para a criação de uma aliança que daria origem ao maior construtor automóvel a nível mundial. Carlos Ghosn, presidente executivo da Renault-Nissan, e o CEO da GM, Rick Wagoner, decidiram que as posições das duas empresas acerca dos valores envolvidos na operação eram demasiado díspares para que continuassem as negociações. . A Toyota anunciou recentemente que estava disponível para estudar uma associação com a GM, o que, a acontecer, a tornaria líder mundial do sector. Fonte da Renault disse ao DN que o facto de a aliança não ter avançado não irá alterar os planos traçados no programa "Renault 2009", apresentado por Carlos Ghosn no início do ano. Em reacção ao desfecho das negociações, as acções da Renault valorizaram 2% na Bolsa de Paris e os títulos da GM iniciaram a sessão em queda de 1,14% no New York Stock Exchange..A GM é a principal perdedora, já que a aliança significava uma saída para a crise que vive e que vai implicar a supressão de 30 mil postos de trabalho e o encerramento de várias fábricas nos Estados Unidos e na Europa. Portugal não escapou aos planos de reestruturação e, em Dezembro, a unidade da Azambuja fechará as portas a 1200 trabalhadores e passará a produzir o modelo Opel Combo em Saragoça, Espanha. Na lista dos encerramentos está igualmente uma unidade no Reino Unido. No ano passado, o grupo registou prejuízos superiores a 10,5 mil milhões de dólares. A mesma fonte disse ao DN que a Renault-Nissan encerrou o dossier GM e que os objectivos do plano "Renault 2009" não serão alterados. Carlos Ghosn assenta o plano na qualidade e rentabilidade e quer estar a vender, em 2009, mais 800 mil veículos do que em 2005..A Ford fica agora com o caminho livre para conversar com a Renault, que evitou há poucos anos a falência da Nissan, após a concretização de um plano que passou pelo corte de mais de 20 mil postos de trabalho. A construtora está também a desenvolver um plano de reestruturação e conta pela primeira vez com um presidente fora do núcleo familiar dos fundadores - Alan Mulally -, que tem pela frente uma árdua tarefa. A Ford vai fechar 14 fábricas e cortar 30 mil postos de trabalho.